O Infraestrutura Pública, um coletivo que trabalha sobre os problemas de falta de infraestruturas na cidade de Lisboa, repôs bancos nas novas paragens de autocarro, que foram implementadas apenas com um encosto. Na passada quarta-feira, duas estações de autocarro na Avenida Fontes Pereira de Melo voltaram a ter bancos para os utentes dos transportes públicos se poderem sentar.
As novas estações de autocarro, que decorrem do contrato de publicidade assinado entre a Câmara de Lisboa e a JCDecaux, deram polémica ao Executivo de Carlos Moedas por falta de iluminação. Mas as críticas à retirada de assentos também já tinham sido feitas pelos cidadãos e ativistas da cidade.
Nas redes sociais, o coletivo apontou precisamente que “muitos dos bancos foram substituídos por 'encostos'” e que “pagamos transportes públicos, que não vêm todos os minutos e, agora, já não temos o direito a esperar sentados”. Os ativistas criticam ainda as justificações sobre acessibilidade dadas pela Câmara Municipal e pela JCDecaux por serem “desculpas”.
“Então porque é que antes estavam lá os bancos? Porque é que não aumentam o passeio nessa rua para caberem os bancos? Porque é que instalam mupis publicitários no meio de uma calçada já apertada?”, questiona o coletivo.
O banco, que foi colocado na quarta-feira de manhã, foi retirado ao final do dia. Mas o coletivo esteve presente durante o dia para documentar a utilização dos assentos, tendo depois partilhado esses registos nas redes sociais. “Podíamos estar a lutar por bancos maiores mas estamos ainda a lutar pelo direito a sentar”, escrevem.
O coletivo Infraestrutura Pública já se debruçou antes sobre a falta de assentos, em concreto na Praça Paiva Couceiro, na Penha de França, onde os bancos públicos foram retirados. Têm também trazido atenção à falta de casas-de-banho públicas e gratuitas na cidade e inauguraram também o chafariz do Intendente, que estava sem água.