Com os votos contra das bancadas do PSD, PCP e CDS, as propostas de legalização da canábis para uso pessoal foram chumbadas na Assembleia da República.
A maioria da bancada do PS absteve-se na votação, com sete deputados a votarem contra as propostas e 25 parlamentares socialistas a pronunciarem-se a favor da proposta do Bloco e 26 a favor da do PAN. A bancada dos Verdes também optou pela abstenção.
No decurso do debate, o deputado do PSD Ricardo Baptista Leite desafiou o Bloco e o PAN a abandonarem a proposta do autocultivo que constava dos projetos de lei. Na resposta, o deputado bloquista Moisés Ferreira afirmou que a bancada bloquista estava aberta a rever essa proposta no debate na especialidade, caso o projeto fosse viabilizado.
Mas apesar deste compromisso e de ter aprovado no seu congresso uma moção a favor da legalização, a bancada do PSD acabou por votar contra a legalização da canábis em Portugal. Uma posição que “surpreende”, afirmou Moisés Fereira ao esquerda.net.
“A legalização da canábis representa ganhos para a sociedade, seja em segurança, seja em saúde, seja em informação. Estamos absolutamente convictos que hoje a maioria da sociedade em Portugal já sabe disso. Ainda assim, o PSD, o CDS e o PCP continuam a negar o óbvio”, lamentou o deputado do Bloco, dizendo-se convicto de que a legalização da canábis “não foi agora, mas será na próxima legislatura”, já que “a realidade e a sociedade tornarão a legalização inevitável”.