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Dinamarca planeia isolar migrantes indesejados numa ilha

O governo dinamarquês decidiu enviar, a partir de 2021, imigrantes que tenham cometido crimes ou pessoas que não tenham conseguido obter asilo no país para uma ilha isolada.
Parlamento dinamarquês. Foto de Kristoffer Trolle/Flickr

Lindholm é uma pequena ilha remota fora dos mapas turísticos. Tem 6,8 hectares e está a mais de 3 quilómetros da costa. Atualmente é o lar de um laboratório de investigação de doenças contagiosas em animais e certamente não será o destino sonhado por quem emigra para procurar uma vida melhor.

É aí que o governo dinamarquês pretende isolar até cem estrangeiros que tenham sido condenados por crimes ou pessoas que não tenham obtido asilo mas não possam regressar aos seus países.

O governo de coligação entre centro-direita e o Partido do Povo Dinamarquês, de extrema-direita, decidiu na passada sexta-feira que esta seria a finalidade da ilha a partir de 2021, depois de sofrer uma “descontaminação”. As mudanças nas medidas sobre imigração tinham sido uma das exigências fundamentais da extrema-direita para viabilizar o governo, na sequência das últimas eleições legislativas nas quais obteve 21,1% dos votos.

O objetivo deste projeto é esclarecido por Inger Stojberg, ministro da Imigração, que escreveu na sua página de facebook que “são indesejados na Dinamarca e que se vão sentir como tal.” Por sua vez, o ministro das finanças afirma que não se trata de uma prisão mas que será obrigatório dormir no local, para além de uma apresentação diária no centro a ser construído. E o porta-voz do Partido do Povo Dinamarquês, Martin Henriksen, assegurou na TV2 que o número de ferrys será o mínimo e custarão o mais caro possível.

 

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