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Diminuição do número de abelhas causa problemas na cultura de alimentos

Estudo norte-americano salienta a importância das abelhas e os problemas agrícolas causados pela sua diminuição devido a perda de habitats, uso de pesticidas, alterações climáticas e doenças.
Abelha. Foto de Martin Knecht/Flickr.
Abelha. Foto de Martin Knecht/Flickr.

O artigo Crop production in the USA is frequently limited by a lack of pollinators publicado esta quarta-feira na revista Proceedings of the Royal Society – Biological Sciences, mostra como decréscimo no número de abelhas provoca escassez nas culturas agrícolas destinadas à alimentação humana.

O número de abelhas selvagens está a diminuir devido a perda dos seus habitats, ao uso de pesticidas e às alterações climáticas. O de abelhas criadas por seres humanos também, muito afetadas por doenças. Os investigadores norte-americanos avisam que “a maior parte das culturas depende de polinizadores”. Por isso, o declínio no número de abelhas “levanta preocupações acerca da segurança alimentar”.

Foram investigados 131 localizações, em 13 estados dos EUA, e sete tipos de cultura. Em cinco delas, encontraram-se provas de limitações na polinização o que “se pode traduzir diretamente numa diminuição de rendimento ou de produção.” Concluiu-se ainda que “as espécies selvagens contribuem substancialmente para a polinização da maioria das culturas estudadas nas principais regiões produtoras”. O valor deste contributo, apenas no caso das sete culturas em causa, foi estimado em 1,5 mil milhões de dólares.

Mas o valor económico não é o único parâmetro: três quartos das culturas do mundo dependem de polinizadores.

Uma das autoras, Rachael Winfree, perita em polinização da Universidade de Rutgers, confessa-se “surpreendida” com as descobertas: “as colheitas que tinham mais abelhas tiveram significativamente mais produção”. Não se estava à espera que “fossem limitadas numa dimensão tão grande.” O contributo das abelhas selvagens para o processo de polinização estava a ser subestimado.

Ao Guardian, a especialista adianta que “a agricultura está a tornar-se mais intensiva e há cada vez menos abelhas, assim em algum momento a polinização tornar-se-á limitada”. E é um “risco” confiar tanto nas abelhas domesticadas porque os parasitas irão atacar essa espécie.

O estudo recomenda que os agricultores estudem qual a quantidade ideal de polinização necessária para as suas colheitas e que revejam os níveis de pesticidas e fertilizantes utilizados.

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