António Mariano, presidente do Sindicato dos Estivadores comentou hoje a decisão de despedimento coletivo dos estivadores do Porto de Lisboa, que classificou como de “terrorismo psicológico” e “atentado ao Estado de direito”.
Esta manhã na doca de Alcântara, em Lisboa, os estivadores depararam-se com uma equipa de polícias de choque da PSP, chamada pelos operadores do Porto para retirar os contentores retidos devido à greve dos trabalhadores.
“Temos aqui o terminal de Alcântara rodeado de Polícia de Intervenção, a colocar dentro do terminal fura greves, trabalhadores dessa empresa [Porlis], sem que os estivadores tivessem sido colocados, pois não foram pedidos serviços mínimos para aqui”, declarou Mariano, citado pela Lusa.
“A partir de hoje, não é só o direito à greve que está em causa, mas o Estado de direito. Numa situação de greve, chega-se com a Policia de Intervenção, viola-se o direito à greve e retira-se daqui os matériais que nós não movimentamos porque não estão cobertos pelos serviços mínimos”, acusou António Mariano.
A ameaça de despedimento coletivo, para os estivadores, não é novidade pois os operadores já o fizeram em 2013 e 2015, “são empresários habituados aos despedimentos coletivos. Não nos espanta nada. O anúncio foi mais um elemento do nível de terrorismo psicológico para onde eles querem elevar esta situação. Não temos nada de concreto sobre isso, a não ser o anúncio desses senhores”.
António Mariano assegurou que “tudo o que são bens deterioráveis, alimentares, granéis para as ilhas” estão a ser transportados de acordo com a definição dos serviços mínimos. “O que vêm aqui fazer hoje [ao Porto de Lisboa] é retirar outras cargas por outros interesses”, afirmou, e garantiu que o sindicato vai continuar no Porto a seguir a situação.
Sobre a acusação dos operadores do Porto de os estivadores não terem aceite as suas propostas, o presidente do sindicato foi claro “não reunimos, não há nenhuma rejeição de acordo. Querem é chegar a este estado de pânico. Nós estamos perfeitamente calmos”.