Tropas da organização Estado Islâmico (EI) retiraram-se na madrugada desta quarta-feira de alguns bairros da cidade síria de Kobane, localizada na fronteira com a Turquia, depois de serem fustigadas pelas forças curdas que defendem a cidade e por bombardeios aéreos executados por aviões de caça e drones dos Estados Unidos e dos seus aliados. O EI, porém, ainda continua na cidade, segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos.
Kobane, que em árabe se chama Ain al-Arab, vem sendo cenário de combates há semanas. Apesar da forte resistência das milícias curdas e dos ataques aéreos, os jihadistas conseguiram entrar na cidade nesta segunda-feira.
De acordo com os últimos números avançados, cerca de 180 mil sírios abandonaram a região.
O ativista curdo e jornalista Mustapha Ebdi informou nesta quarta-feira que as ruas do bairro Maktala, no sudeste de Kobane, estavam "cheias de cadáveres" dos combatentes do EI e advertiu que a situação humanitária para as centenas de civis que permanecem na cidade é muito difícil.
De acordo com os últimos números avançados, cerca de 180 mil sírios abandonaram a região.
14 mortes na Turquia
Pelo menos 14 pessoas morreram em choques violentos durante manifestações de organizações curdas que exigiam do governo turco proteção para Kobane. Muitas das mortes ocorreram devido aos choques entre islamistas e seguidores do banido Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK). Segundo o jornal Hürriyet, as autoridades impuseram toques de recolher noturnos em seis províncias turcas.
Em Istambul e na capital, Ancara, a polícia usou canhões de água e bombas de gás lacrimogéneo contra os manifestantes. Em Istambul, um manifestante foi gravemente ferido por um tiro na cabeça. Pelo menos 98 pessoas foram presas, segundo a agência de notícias Dogan. Também houve protestos nas cidades de Antalya, Mersin e Adana, no sul do país.