CTT: cordão humano contra a privatização

22 de julho 2010 - 23:31

Sindicalistas e de utentes dos serviços públicos manifestaram-se contra a venda de uma empresa lucrativa e que presta um serviço público essencial à população.

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O cordão humano contra a privatização dos CTT desfilou entre a estação dos Correios do Terreiro do Paço e o Ministério das Finanças. Foto de MANUEL DE ALMEIDA/LUSA

Mais de uma centena de sindicalistas e de utentes dos serviços públicos desfilaram esta quinta-feira, em cordão humano, até ao Ministério das Finanças, em Lisboa, contra a anunciada privatização dos CTT.

"Viemos aqui para protestar contra a privatização dos CTT, porque, se ela se concretizar, serão postos em causa muitos postos de trabalho e a qualidade dos serviços prestados irá certamente degradar-se, para poupar nos custos", disse à agência Lusa Fernando Ambrioso, da direcção do Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações (SNTCT).

Ambrioso argumentou que os CTT, que empregam mais de 12 mil pessoas, são "uma empresa rentável, que dá dividendos ao Estado".

Os sindicalistas temem pelos postos de trabalho e pela qualidade dos serviços. “Já há locais onde a distribuição domiciliária da correspondência não é diária ou é entregue a terceiros", denunciou o Fernando Ambrioso, dando o exemplo de bairros de Lisboa, como Algés ou Alcântara, onde o número de carteiros foi reduzido e a distribuição não é diária em todas as ruas do bairro.

O cordão humano, promovido pelo SNTCT, pelas Uniões dos Sindicatos de Lisboa e de Setúbal da CGTP e pelo Movimento dos Utentes dos Serviços Públicos, desfilou entre a estação dos Correios do Terreiro do Paço e o Ministério das Finanças, onde foi entregue um documento reivindicativo.

Vítor Narciso, coordenador do SNTCT, criticou os planos do governo de José Sócrates de privatizar a empresa, que obteve lucros de 270,3 milhões de euros entre 2006 e 2009 e entregou, no mesmo período, dividendos de 164,4 milhões de euros.

O sindicalista recordou que estão a ser recolhidas assinaturas para uma petição contra a privatização dos CTT, que já tem o apoio de 11 mil pessoas, e que será entregue na Assembleia da República, no início de Outubro.