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A crise económica e os bancos centrais

Os elementos de uma nova crise financeira internacional estão a aproximar-se. Não se sabe quando ela vai explodir, mas explodirá certamente e o seu impacto sobre todo o planeta será importante. Artigo de Eric Toussaint.
Foto de Jonny White/Flickr

Os principais fatores de crise são:

O aumento muito forte das dívidas privadas das empresas, por um lado, e por outro a bolha especulativa sobre o preço dos ativos financeiros: bolsas de valores, preço dos títulos da dívida e, em certos países (Estados Unidos, China...), novamente o setor imobiliário. Os dois fatores estão estreitamente interligados.

Mesmo empresas com enorme liquidez à sua disposição, como a Apple, endividam-se maciçamente pois aproveitam-se das baixas taxas de juros para emprestar a outros o dinheiro que tomam emprestado. A Apple e numerosas outras empresas tomam emprestado para emprestar e não para investir na produção. A Apple também toma emprestado para recomprar em bolsa suas próprias acções . Expliquei isso num artigo intitulado "A montanha das dívidas privadas das empresas estará no cerne da próxima crise financeira", publicado em 9 de Novembro de 2017.

As bolhas especulativas acima mencionadas são o resultado da política adoptada pelos grandes bancos centrais (Reserva Federal dos EUA, BCE , Banco da Inglaterra, desde há dez anos e do Banco do Japão desde o estouro da bolha imobiliária na década de 1990) que injetaram milhões de milhões de dólares, euros, libras esterlinas, iene em bancos privados para mantê-los à tona. Estas políticas têm sido chamadas Quantitative easing ou flexibilização monetária. Os recursos financeiros que os bancos centrais distribuíram em profusão não foram utilizados pelos bancos e pelas grandes empresas capitalistas dos outros sectores para o investimento produtivo. Eles serviram para adquirir ativos financeiros: acções em bolsa, obrigações de dívidas das empresas, títulos públicos soberanos, produtos estruturados e derivados... Isso produziu uma bolha especulativa no mercado bolsista, no mercado obrigacionista (ou seja, obrigações de dívidas) e, em alguns lugares, no setor imobiliário. Todas as grandes empresas estão super-endividadas.

Esta política dos bancos centrais reflete o facto de que as decisões dos seus dirigentes são inteiramente determinadas pelos interesses de curto prazo dos grandes bancos privados e das grandes firmas capitalistas dos outros setores: impedir falências em cadeia e, consequentemente, perdas consideráveis para os grandes accionistas.

Esta política tem a ver igualmente com uma característica do capitalismo financiarizado contemporâneo: uma parte cada vez menos importante do novo valor criado é reinvestida na produção (ver François Chesnais, Mais uma vez sobre o impasse económico histórico do capitalismo mundial, consultado em 17 de Março de 2019).

Uma parte crescente do novo valor é gasto sob a forma de dividendos para os accionistas, sob a forma de recompras de acções, sob a forma de investimentos especulativos, particularmente em produtos estruturados e derivados... François Chesnais fala nomeadamente de "um influxo cada vez mais maciço dos lucros não reinvestidos dos grupos financeiros com dominância industrial" [1].

Retornemos à política adotada pelos banqueiros centrais para combater a crise que explodiu em 2007-2008. A sua intervenção não permitiu sanear o sistema, pelo contrário, os elementos de fragilidade mantiveram-se ou aumentaram: o rácio entre os fundos próprios (o capital da empresa) e os compromissos assumidos pela empresa é demasiado fraco. Com efeito, o nível deste rácio é insuficiente para fazer face a uma perda de valor que fosse provocada por uma queda nas cotações bolsistas, no mercado obrigacionista ou em outros activos financeiros detidos pela empresa, quer seja ela um banco ou uma empresa como a Apple ou a General Electric para não tomar senão alguns exemplos. Todas as empresas estão fortemente endividadas pois o recurso à tomada de empréstimos custa-lhes muito pouco graças às taxas de juros que estão muito baixas (0% na zona euro, -0,1% no Japão, 0,75% na Grã-Bretanha, 2,5% nos Estados Unidos) e uma pletora de capitais está à procura de um máximo de retorno financeiro, mesmo através da compra de títulos de dívida duvidosos (junk bonds) emitidos por empresas em má situação. Assim, empresas como a Apple, que tem uma boa reputação em termos de saúde financeira, contraem empréstimos para comprar títulos podres de alto rendimento. As empresas em má situação que emitem esses títulos podres de alto rendimento estão numa política de endividamento permanente: elas tomam empréstimos para poderem reembolsar empréstimos anteriores.

No final de Dezembro de 2018, um grande crash bolsista quase estourou nos Estados Unidos e o efeito de contágio foi imediato. Foi um sinal adicional anunciador de um grande crash que está a vir.

O mercado imobiliário nos Estados Unidos tornou-se novamente frágil: o preço dos imóveis aumentou 50% desde 2012 e o seu nível ultrapassa aquele atingido pouco antes da crise que arrancou em 2005-2006 e provocou a grande crise internacional de 2008-2009. Alguns especialistas consideram que se poderia estar no início de uma nova crise imobiliária pois a atividade começa a desacelerar, as vendas de habitação diminuem.

A continuação da política de flexibilização monetária (Quantitative Easing) na Europa, assim como a sua saída nos EUA, são fatores de crise.

Os grandes bancos privados chamados sistémicos são extremamente frágeis e o valor de suas acções caiu drasticamente tanto nos Estados Unidos como na Europa no segundo semestre de 2018, a queda continuou no primeiro trimestre de 2019. Os grandes bancos privados são sustentados com grande esforço pelo banco central do seu país. O Fed não honra seu compromisso de revender os títulos de dívida privada tóxica (os famosos mortgage backed securities, MBS). Em Março de 2019, ele detinha um volume enorme de US$ 1,6 milhão de milhões de MBS (ver www.federalreserve.gov/releases/h41/current/h41.pdf acedido em 17 de Março de 2019) adquirido em 2008-2009 junto a grandes bancos privados a fim de salvá-los. O Fed sabe muito bem que se vendesse maciçamente esses títulos, como prometera, o preço dos mesmos entraria em colapso e, na sequência disso, o mercado obrigacionista dos Estados Unidos. Ele também sabe que, se elevasse a taxa de juros acima de 2,5%, toda uma série de empresas endividadas seria confrontada com sérias dificuldades de reembolso / refinanciamento das suas dívidas. Sem mencionar que isso aumentaria igualmente o custo do reembolso da dívida pública.

O BCE, por sua vez, continua a emprestar dinheiro aos bancos à taxa de juros de 0% e acaba de lhes prometer não aumentar a taxa antes de 2020 (ver Martine Orange, "O BCE face aos seus limites", publicado em 8 de Março de 2019 e Delphine Cuny (La Tribune), "O BCE choca os mercados ao repelir a alta das taxas", publicado em 7 de Março de 2019).

Além disso, o BCE concederá aos bancos privados novos empréstimos maciços a médio e longo prazo, que no jargão são conhecidos como TLTRO (Targeted longer-term refinancing operations). Os bancos italianos e espanhóis são os mais dependentes (segundo o JPMorgan, eles representam 55% do montante emprestado aquando do último TLTRO), mas como todos os bancos estão interconetados, todos dependem mais ou menos diretamente. Acrescentemos que os bancos europeus utilizam maciçamente o dinheiro que recebem a taxas de juro zero para comprar títulos da dívida soberana, preferencialmente de seu Estado e também de outros Estados europeus, o que lhes dá um retorno positivo sobre títulos considerados seguros por serem emitidos pelo Estado.

O entusiasmo dos bancos e dos outros atores nos mercados financeiros pelos títulos da dívida pública é impressionante: todos os Estados da zona euro conseguiram tomar emprestadas grandes somas de dinheiro nos primeiros três meses de 2019 (assim como em 2018). Cada anúncio de um empréstimo depara-se com um afluxo de ofertas de compra. Geralmente, quando um Estado quer contrair um empréstimo de mil milhões de euros, os bancos oferecem-lhe quatro, ou seja, tanto quanto eles têm em liquidez (a qual vem em grande medida dos bancos centrais ao seu serviço). Isto mostra até que ponto desejam comprar títulos públicos remuneradores e seguros. Além disso, como expliquei em meu livro Bancocratie, o facto de comprar títulos soberanos permite aos bancos aumentar artificialmente o rácio dos seus fundos próprios em relação ao seu balanço graças ao sistema da ponderação dos ativos pelo risco (ver "Vai tudo bem", e Bancocratie, capítulo 12, Aden, Bruxelas, 2014). Mas assim que a crise tomar um rumo catastrófico, os media dominantes e os banqueiros mais uma vez acusarão os estados de fazerem demasiada despesa pública e de emitir demasiada dívida pública.

Crescimento muito fraco em geral, estagnação ou forte recessão numa série de casos

O crescimento económico nos países de industrialização mais antiga continua em baixa e está a diminuir em vários países chave. Especialmente na Europa, onde, após um pequeno crescimento em 2017, o ano de 2018 terminou com a estagnação e, no caso da Alemanha, uma queda na produção industrial no quarto trimestre de 2018 e no primeiro trimestre de 2019 (Financial Times, "A produção industrial alemã cai inesperadamente", 11 de Março de 2019). As autoridades alemãs reduziram as previsões de crescimento para 2019 para 1% (enquanto em 2016-2017 a taxa de crescimento anual ultrapassou os 2%). O investimento na UE demorou 12 anos para regressar ao seu nível de 2007 antes do desencadeamento da crise (Financial Times, "O investimento da UE recupera o nível anterior ao crash financeiro de 2008", 9 de Março de 2019).

Na zona do euro, o crescimento no terceiro trimestre de 2018 foi de apenas 0,2%, o mais baixo em quatro anos. A Itália está em recessão. A França experimenta uma pequena retomada graças ao ligeiro aumento no consumo que é o resultado do movimento de coletes amarelos que levou Macron a não respeitar cegamente a disciplina orçamental (ver o meu artigo: "Europa: desobedecer para executar uma alternativa favorável aos povos", 12 de Fevereiro de 2019. 

No Japão, o crescimento no período de Abril/2018 – Março/2019 é cerca de 0,9%, também em baixa em relação a 2017. A economia dos EUA está igualmente em desaceleração, o FMI prevê um crescimento de 2,5% em 2019 contra 2,9% em 2018. Outros peritos prevêem um crescimento menor. Isso levou a Reserva Federal dos EUA a suspender provisoriamente o aumento das taxas de juros iniciado no final de 2016.

O crescimento chinês está a desacelerar apesar da China continuar a desempenhar o papel de locomotiva global. Este estaria em torno de 6%, o menor em 25 anos. Na China, uma crise financeira pode eclodir a qualquer momento, fazendo cair o crescimento interno e mundial, agravando as condições de vida de centenas de milhões de chineses/as.

A economia dos outros BRICs também está a desacelerar, com excepção da Índia, que experimenta uma taxa de crescimento de pouco mais de 7%. A Rússia está experimenta um crescimento muito fraco, da ordem dos 1,2% em 2018 e uma previsão de 1,3% para 2019. A África do Sul caiu em recessão no primeiro semestre de 2018, experimentando uma pequena retomada. O Brasil, que experimentou uma forte recessão em 2015-2016, recuperou algum crescimento, mas este é muito fraco, pouco mais de 1% em 2018.

Crises muito fortes já estão a atingir uma série de países ditos emergentes: Turquia, Argentina, Venezuela... Desvalorização da moeda, grandes dificuldades para continuar o reembolso da dívida externa pública e privada.

Uma série de países periféricos entre os mais pobres enfrenta uma aguda crise da dívida (Moçambique...). Isto não é senão o começo de uma lista que se vai alongar.

Apesar deste crescimento económico muito fraco ao nível mundial, nomeadamente nas principais potências industriais poluidoras, os fatores que impulsionam a aceleração das mudanças climáticas não se atenuam. Temos provas tangíveis diante de nós dos efeitos da perturbação e do aquecimento global por todo o mundo. Diante desta crise, cujas consequências dramáticas estão a aumentar, os governos apegam-se a promessas puramente retóricas, o que felizmente leva a fortes reacções na população em geral e entre os jovens em particular.

Resumo da acção do BCE

Desde o início da crise em 2007-2008, o BCE desempenhou um papel vital no resgate dos grandes bancos privados, dos seus grandes accionistas e principais dirigentes, garantindo-lhes a continuidade dos seus privilégios. Pode-se afirmar sem risco de engano que, sem a acção do BCE, grandes bancos teriam falido, o que teria forçado os governos a tomar fortes medidas coercivas contra seus administradores e accionistas maioritários. Deve acrescentar-se que a acção do BCE reforçou a concentração do sector bancário em benefício de uma vintena de grandes bancos que desempenham um papel dominante. O BCE contribuiu ativamente para manter e desenvolver monstros bancários demasiado grandes para irem à falência. Além do resgate dos principais accionistas dos bancos, o BCE prossegue oficialmente o objetivo de uma inflação de 2%. Deste ponto de vista, o balanço do BCE é um fracasso, uma vez que a taxa de inflação na Zona Euro em 2018 atingiu apenas 1,6% e está em baixa no primeiro trimestre de 2019.

Três objectivos adicionais da acção do BCE podem resumir-se da seguinte forma:

Defender o euro, que é uma camisa de força para as economias mais fracas da zona do euro e para todos os povos europeus. O euro é um instrumento ao serviço das grandes empresas privadas e das classes dominantes europeias (os 1% mais ricos). Os países que fazem parte da zona euro não podem desvalorizar a sua moeda desde que adotaram o euro. Mas os países mais fracos da zona euro teriam vantagem em desvalorizar a fim de recuperar a competitividade frente aos gigantes económicos alemães, franceses, do Benelux (Bélgica, Holanda, Luxemburgo) e da Áustria. Países como a Grécia, Portugal, Espanha ou Itália ficam assim presos pela sua pertença à zona euro. As autoridades europeias e os seus governos nacionais aplicam portanto o que é chamado de desvalorização interna: elas impõem uma redução dos salários para o benefício exclusivo dos accionistas das grandes empresas privadas. A desvalorização interna é sinónimo de redução salarial.

Reforçar a dominação das economias europeias mais fortes (Alemanha, França, Benelux...) onde as maiores empresas privadas europeias estão sediadas. Isto implica manter fortes assimetrias entre as economias mais fortes e mais fracas.

Participar e apoiar de forma ofensiva os ataques do Capital contra o Trabalho, a fim de aumentar os lucros das empresas e tornar as grandes empresas europeias mais competitivas no mercado mundial face aos seus concorrentes estado-unidenses, chineses, japoneses, coreanos... São múltiplos os exemplos de intervenção do BCE para atingir este objectivo na Itália, Grécia, Chipre, Portugal, Irlanda, Espanha...

O encarniçamento do BCE para contribuir para os ataques contra os de baixo vem mais uma vez exprimir-se muito claramente. Em Março de 2019, o BCE e os bancos do Eurosistema recusaram-se a devolver à Grécia parte dos lucros obtidos nas costas do povo grego [2] sob o pretexto de que o governo de Alexis Tsipras não havia aprofundado suficientemente as contra-reformas sociais. Trata-se nomeadamente da vontade do BCE de suprimir os últimos obstáculos ao despejo de famílias gregas incapazes de continuar a pagar a dívida hipotecária da sua residência principal. Nada é poupado em sacrifícios ao povo grego, que constitui uma vítima inerme da Troika no seio da qual o BCE desempenha um papel chave.

A necessidade de soluções radicais

A nova crise financeira que surge faz parte de um contexto mais amplo de uma crise sistémica do capitalismo global. Esta crise sistémica é multidimensional: económica, ecológica, social, política, moral, institucional...

É preciso romper de modo radical com a lógica que orienta os governos em vigor e tomar medidas de urgência. Em contraste com o atual sistema que oferece impunidade e pára-quedas dourados aos responsáveis das derrocadas, é necessário fazer com que paguem a fatura dos resgates bancários aqueles e aquelas que são os responsáveis.

As medidas anunciadas para disciplinar os bancos são cosméticas. Supervisão centralizada dos bancos da zona euro, criação de um Fundo Europeu de Garantia de Depósitos, proibição de certas operações (que afetam apenas 2% da atividade bancária global), limites máximos dos bónus, transparência das atividades bancárias ou ainda as novas regras de Basileia III constituem apenas recomendações, promessas ou, na melhor das hipóteses, medidas totalmente insuficientes em relação aos problemas a serem resolvidos. Mas é preciso impor regras muito estritas e incontornáveis.

Esta crise deveria ser superada pela realização de medidas que afetassem a própria estrutura do mundo das finanças e do sistema capitalista [3].

A atividade bancária é demasiado séria para ser deixada nas mãos do setor privado. É necessário socializar o setor bancário (o que implica a sua expropriação) e colocá-lo sob controle cidadão (dos assalariados dos bancos, dos clientes, das associações e dos representantes de atores públicos locais), pois ele deve ser submetido às regras de um serviço público e as receitas que a sua actividade gera devem ser utilizadas para o bem comum.

A dívida pública incorrida para salvar os bancos é claramente ilegítima e deve ser repudiada. Uma auditoria cidadã deve determinar as outras dívidas ilegítimas, ilegais, odiosas, insustentáveis... e permitir uma mobilização tal que uma alternativa anti-capitalista crível possa tomar forma.

Estas duas medidas devem fazer parte de um programa mais amplo que já esboçámos alhures (ver: "Coletes Amarelos: Aprender com a História e agir no Presente").

Os bancos centrais precisam ser radicalmente refundados, as suas missões devem ser redefinidas. Eles devem retomar o papel da criação monetária em favor do sector público e contribuir ativamente para o financiamento da transição ecológica e para a luta contra a injustiça social.

A mobilização cidadã e a auto-organização social constituem a condição sine qua non para a realização das várias soluções propostas.

Notas

[1] Estou de acordo com a conclusão do artigo de François Chesnais já mencionado: «Em primeiro lugar, são as políticas públicas de austeridade por toda a parte, mas também uma configuração em que empresas e retalhistas de massa devem persuadir as famílias cujo poder de compra estagna a comprar, além das necessidades quotidianas, coisas que já possuem. Paralelamente nas cadeias mundiais de valor, os que dão ordens pressionam cada vez mais pressionando os subcontratados e os transportadores marítimos e rodoviários ao longo de toda a cadeia. A curva da acumulação do capital dinheiro portador de juros reforça o peso económico e político em todos os países dos gestores de fundos e fortunas e dos administradores dos grupos industriais e comerciais financeiros ligados apenas à segurança dos fluxos de juros e à distribuição máxima de dividendos. Assim, os processos contraccionistas que dominam a economia mundial são acompanhados por uma aceleração da dilapidação dos recursos minerais, da desflorestação e do esgotamento dos solos. Paralelamente, o montante dos investimentos públicos exigidos por qualquer transição ecológica "é inatingível sem o cancelamento das dívidas públicas, o que é mais do que nunca uma reivindicação democrática absolutamente central".

[2] Em relação aos lucros odiosos realizados pelo BCE nas costas do povo grego, ver: Eric Toussaint, "Os lucros odiosos do BCE nas costas do povo grego", publicado a 13 de Outubro de 2017 e "A política da Troika na Grécia: Roubar o povo grego e dar dinheiro aos bancos privados, ao BCE, ao FMI e aos Estados que dominam a zona euro", publicado a 20 de Agosto de 2018.

[3] Estou plenamente de acordo com a orientação do artigo de Michael Roberts: "Estagnação laica, política monetária e John Law", consultado em 17 de Março de 2019.

Artigo publicado no site do CADTM.

Sobre o/a autor(a)

Politólogo. Presidente do Comité para a Anulação da Dívida do Terceiro Mundo
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