Correios britânicos despedem 1600 trabalhadores seis meses após a sua privatização

26 de março 2014 - 1:48

A Royal Mail anunciou um plano de rescisões que envolve, numa primeira fase, o corte de 1600 postos de trabalho. Estruturas sindicais acusam a administração da empresa de ter como principal objetivo maximizar os lucros, em detrimento dos interesses dos cidadãos e do país.

PARTILHAR
Foto de Caro's line, Flickr.

A empresa assegura que os cortes irão afetar essencialmente as áreas da gestão e de operações internas, não tendo impacto entre os distribuidores de correio. Serão criados, entretanto, e segundo avança a administração da Royal Mail, 300 postos de trabalho, fixando a perda líquida de trabalhadores em 1300, de um total de 150 mil.

O sindicato Unite condenou os despedimentos, ameaçando avançar para a greve. “Primeiro, o governo vende ao desbarato a Royal Mail e agora o serviço recém-privatizado está de forma impiedosa e implacável a sacrificar postos de trabalho”, lamentou o dirigente sindical Brian Scott.

"Não acreditamos que seja coincidência que este anúncio surja pouco antes de a empresa divulgar, pela primeira vez desde a privatização, as suas contas gerais. É mais uma prova de que, atualmente, o principal objetivo da Royal Mail é maximizar os lucros, e não servir a nação".

Dave Ward, vice-secretário geral do Communication Workers Union (CWU), afirmou que os cortes são drásticos e profundamente preocupantes, garantindo que o sindicato irá lutar por todos os postos de trabalho.  

A responsável pela Royal Mail, Moya Greene, citada pelo Guardian, alega, por sua vez, que o plano de reestruturação se deve à necessidade de “promover a eficiência e um serviço de alta qualidade”.

A administração da empresa conta gastar cerca de 119,5 milhões de euros com este plano de rescisões, estimando, por outro lado, uma poupança anual de 59,8 milhões de euros, metade da qual a ser realizada em 2014-15.

Em outubro de 2013, a Royal Mail foi privatizada através de uma venda em bolsa.