Está aqui

Convenção do Bloco: duas moções apresentam-se ao debate

Mariana Mortágua e Pedro Soares apresentaram as duas moções políticas que disputam a orientação e a direção do Bloco de Esquerda nos debates da XIII Convenção do partido, marcada para o final de maio.
Foto de Paulete Matos

Esta segunda-feira terminou o prazo para a apresentação das moções de orientação à XIII Convenção do Bloco de Esquerda, que terá lugar em Lisboa a 27 e 28 de maio sob o lema "Levar o país a sério". E foram duas a apresentar-se ao debate: a moção A - "Uma força, muitas lutas", encabeçada por Mariana Mortágua -  e a moção E - "Um Bloco plural para uma Alternativa de Esquerda – um desafio que podemos vencer!", apresentada por Pedro Soares.

“Serei o primeiro nome numa lista candidata à direção do meu partido e com este coletivo de milhares de ativistas trazemos as lutas das nossas vidas. Pelo trabalho, habitação, clima, igualdade, direito de todas as pessoas a viverem com respeito em democracia plena, a luta por todas as pessoas a viverem uma vida boa”, sintetizou Mariana Mortágua na apresentação da moção à imprensa.

 Mariana Mortágua apresentou a moção A à XIII Convenção do Bloco. Foto de Ana Mendes.

Para a primeira subscritora da moção A, a responsabilidade do Bloco "é a de mostrar que só uma alternativa à esquerda pode criar respostas para as pessoas que estão exasperadas com a inflação, para as pessoas que estão exasperadas com a decadência das coisas importantes da democracia como a educação, como a saúde ou como a justiça”. Mariana Mortágua acusou ainda António Costa de "achar que perante um PSD perdido e sem programa pode usar o medo da extrema-direita para lhe garantir uma maioria absoluta perpétua”. “Mostraremos ao país - e eu espero que António Costa oiça bem - que a política do medo não pode vencer e que não basta pôr um espantalho à porta para poder governar contra as pessoas", avisou.

Pela moção E, Pedro Soares defendeu uma "mudança de rumo" no partido e quando questionado pelos jornalistas sobre quem será o protagonista dessa mudança, sublinhou que “a figura do coordenador não existe nos estatutos”, pelo que a moção E apresentará a sua lista à Mesa Nacional do partido no tempo próprio. Para esta moção, a questão do coordenador “não é assunto nesta convenção” e a sua preferência vai para a criação de "um sistema de porta-vozes" setoriais, criticando a "ansiedade de mediatismo para diluir aquilo que é o debate fundamental desta Convenção".

 Pedro Soares apresentou a moção E à XIII Convenção do Bloco. Foto de Ana Mendes.

Quanto a esse debate fundamental, Pedro Soares defendeu que é crucial que, “com humildade, sejam reconhecidos os erros da orientação política do Bloco nos últimos tempos”, criticando a moção adversária pela ausência de um "balanço do ciclo eleitoral e do ciclo político”. "As pessoas precisam de perceber que o Bloco reconhece os seus erros”, insistiu o ex-deputado do Bloco, rejeitando que esse balanço possa servir para "cortar cabeças". O porta-voz da moção E também deixou avisos a António Costa: se "está a pensar que por ter uma maioria absoluta isso significa estabilidade até ao final da legislatura, está enganado e a movimentação social vai desmenti-lo".

Os textos das moções e as listas de subscritores serão agora validadas pela Comissão Organizadora da Convenção e publicados nos próximos dias. Os e as aderentes podem a partir daí enviar propostas de alteração às moções e aos estatutos do partido até 16 de março. Três dias depois termina o prazo para a entrega de contributos escritos para o debate. Um boletim com a versão final das moções e os contributos de aderentes será publicado a 24 de março. Abre-se então o período de debate entre moções nos vários distritos ate 2 de abril. As listas de candidaturas a delegados/as na XIII Convenção por parte das moções ou das plataformas criadas em cada distrito serão entregues até 5 de abril e a eleição terá lugar entre os dias 19 e 21 de maio.

Termos relacionados Política, XIII Convenção
(...)