A Comissão Europeia multou esta segunda-feira a Glovo e a Delivery Hero, num total de 329 milhões de euros, por cartelização do setor e violação das regras de concorrência da União Europeia.
Segundo um comunicado de Bruxelas, as duas empresas chegaram a um acordo para não recrutarem empregados uma à outra, para partilharem informação comercialmente sensível sobre estratégias comerciais, preços e custos e chegaram mesmo a dividir mercados geográficos por acordo.
A Lusa avança que a infração durou quatro anos e abrangeu o Espaço Económico Europeu, que para além dos países da União Europeia compreende ainda a Islândia, o Liechtenstein e a Noruega. Nesse espaço de tempo, a Delivery Hero acabou por adquirir a Glovo.
Entre julho de 2018 e julho de 2022, as duas maiores empresas de entrega de comida da Europa eliminaram progressivamente as pressões concorrenciais entre as duas empresas. Foi a partir precisamente desse ano que a Delivery Hero adquiriu uma participação minoritária na Glovo, mas foi aumentando progressivamente a participação com investimentos subsequentes, acabando mesmo por adquirir o controlo total da Glovo em 2022.
É a primeira vez que Bruxelas penaliza empresas pelo uso de uma participação minoritária numa empresa rival, e também a primeira vez que penaliza um acordo no qual as empresas acordam em não recrutarem trabalhadores uma à outra.
Segundo o Financial Times, a Vice-Presidente Executiva para uma Transição Limpa, Justa e Competitiva admitiu tratar-se de um caso “importante” mesmo pela forma como as práticas das empresas foram “facilitadas por um uso anti-concorrencial de uma participação minoritária da Delivery Hero na Glovo”.
As empresas admitiram o seu envolvimento no processo de cartelização e decidiram resolver a disputa fora dos tribunais. A Delivery Hero deve pagar 223 milhões de euros em multas, enquanto a Glovo pagará 106 milhões de euros.