Coimbra: campanha consolida a esperança da representação à esquerda no distrito

Nas últimas semanas, a candidatura do Bloco em Coimbra percorreu o distrito ouvindo agentes fundamentais para a dinâmica local, estando ao lado das reivindicações que mobilizam a população e partilhando a sua visão e propostas. Ainda antes do arranque do período oficial de campanha, Mariana Mortágua acompanhou a candidatura numa sessão pública em Figueiró do Campo, concelho de Soure, com o Movimento contra a Exploração de Caulinos em Soure Norte, reforçando a presença numa luta que o Bloco tem acompanhado desde o início, contra uma visão extrativista e no fundamental respeito pela população e pelo território, numa questão que afeta toda a região.

Campanha com o Movimento contra a Exploração de Caulinos em Soure Norte.

No primeiro dia de março viveu-se o ponto alto da campanha em Coimbra, materializando o trabalho de proximidade e mobilização desenvolvido até então, com uma arruada bem acolhida na baixa de Coimbra e um comício com a coordenadora nacional.

Neste comício, Miguel Cardina defendeu que a política que importa é a que não se divorcia da vida das pessoas, José Manuel Pureza lembrou que o Bloco conseguiu impor as políticas que disseram ser impossíveis e António Ferreira concluiu que o PS, sem a força da esquerda, "é inútil”.

Mariana Mortágua e Miguel Cardina no comício em Coimbra.

Também Catarina Martins marcou presença em Coimbra para uma conversa sobre saúde, depois de um périplo junto de várias associações de moradores do planalto do Ingote/ Monte Formoso. O diálogo estabelecido com as associações e as visitas aos locais permitiram à candidatura dar voz a problemas estruturais desta zona da cidade, como as questões de mobilidade e a necessidade de equipamentos culturais e desportivos, além de refletir sobre a forma como é pensado o direito à habitação.

Catarina Martins na visita aos moradores do Ingote/Monte Formoso.

O direito à habitação foi, de resto, um dos assuntos transversais a toda a campanha de Coimbra, marcada também através da sinalização dos valores do metro quadrado em diversos concelhos. O aumento exponencial do preço das casas e das rendas sente-se por todo o distrito. Só no último ano, as rendas aumentaram quase 20% em Miranda do Corvo e 15% em Pereira do Campo. Em janeiro, o metro quadrado era de 1564€ na Figueira da Foz, superior a 1220€ em Condeixa-a-Nova e quase 1000€ em Cantanhede. Em Coimbra as rendas não param de aumentar e há cada vez menos oferta de alojamento para estudantes.

Esta foi também uma campanha marcada por vários debates, promovidos por várias associações e núcleos de estudantes, alguns com enfoque em temas particularmente relevantes para a região, nomeadamente o promovido pela Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários da Figueira da Foz e o debate sobre justiça no Convento de São Francisco.

Mariana Mortágua na arruada na Baixa de Coimbra.

Um momento de destaque foi a apresentação da carta de apoiantes brasileiros. Em Coimbra o momento foi marcado por uma roda de conversa, encerrada com uma atuação musical de Keissy Carvelli. Sob o mote "O Brasil também é aqui!" foi discutido o acesso ao Serviço Nacional de Saúde, à educação, à habitação, assim como o racismo e a xenofobia, destacando a importância de um voto à esquerda para a superação das desigualdades e discriminações.

Com a aproximação do último dia de campanha, 8 de março, o Bloco pintou um mural onde se destaca a frase “A Voz das Mulheres é a Força da Democracia”, comprometendo-se com a causa feminista. Apesar do ataque por parte de uma pessoa que se dirigiu ao local procurando boicotar a ação de propaganda e o exercício de liberdade democrática, atirando tinta ao mural e às pessoas que o executavam, o mural foi concluído. "Não calarão a voz das mulheres, nem a força da democracia!", afirmou a candidatura.

 Mural feminista do Bloco em Coimbra