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Cofina desiste de comprar a TVI, Prisa anuncia que tomará ações contra decisão

A “deterioração das condições de mercado” ditou a decisão dos donos do Correio da Manhã de desistir de comprar a TVI. A decisão apanhou de surpresa quer a Prisa, a parte vendedora que diz que vai acionar clausulas do acordo, quer o empresário Mário Ferreira que era parceiro da Cofina no negócio.
Operador de câmara da TVI.
Operador de câmara da TVI. Foto de José Goulão/wikimedia commons.

Depois de ter agitado as águas no mundo da comunicação com o anúncio da compra da TVI, a Cofina volta a fazê-lo por decidir recuar na decisão. A justificação da empresa que é proprietária do Correio da Manhã, Jornal de Negócios, Record e revista Sábado é justificada pela “deterioração das condições de mercado”.

A oferta pública para aumentar o seu capital em 85 milhões de euros tinha como prazo esta quarta-feira. A Cofina estava a emitir 188.888.889 novas ações por 0,45 euros que lhe permitiriam concluir o negócio, para além de uma subscrição reservada aos seus acionistas. “Não tendo sido verificada a condição de subscrição integral do aumento de capital, a oferta ficou sem efeito”, anunciou a Cofina em comunicado.

Do lado da Prisa, empresa que detém a Vertix, que por sua vez é proprietária da Media Capital que gere o universo de canais da TVI e rádios como a Comercial, M80, Rádio Cidade, a venda tinha sido aprovada em assembleia-geral em Madrid.

Esta empresa diz agora ter sido apanhada de surpresa com a reversão do negócio. Irá “avaliar a situação” mas anunciou que “vai iniciar todas as ações contra a Cofina previstas no acordo de compra e venda”. Considera que o cancelamento “implica uma violação do contrato de compra e venda datado de 20 de setembro e atualizado a 23 de dezembro de 2019”.

Aquando do acordo entre empresas, diz a Prisa, a Cofina prestou a informação de que “tinha os compromissos necessários para financiar o montante requerido para completar a transação, de um lado de instituições de crédito e, por outro lado, dos acionistas relevantes da Cofina no montante necessário para cobrir o aumento de capital”.

O sócio da Cofina no negócio, o empresário Mário Ferreira também assegura que não sabia do seu fim abrupto, manifestando “grande surpresa”. O proprietário da Douro Azul garante que cumpriu aquilo a que se tinha comprometido: “todo o montante do capital que me pediram e me facultaram para subscrever”, declarou à Lusa.

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