Climáximo levou “Ode ao lucro” à sede da Galp

17 de setembro 2021 - 11:31

O coletivo ambientalista protestou na quarta-feira contra o despedimento coletivo na refinaria de Matosinhos e exigiu justiça na transição climática.

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Protesto desta quarta-feira na sede da GALP. Foto Climáximo.

Numa “invasão pacífica” da sede da Galp, esta quarta-feira em Lisboa, os ativistas climáticos vestiram a pele de investidores da petrolífera para encenarem uma “Ode ao lucro” no interior do edifício. Lá fora, outros exibiam faixas onde se lia “Solidariedade com os trabalhadores de Matosinhos” e “Empregos dignos, públicos e verdes”.

O protesto ocorreu no dia em que se consumou o despedimento coletivo de 150 trabalhadores da refinaria de Matosinhos que a empresa desativou há poucos meses, justificando com a necessidade da transição climática. Esta ação da Galp "serve de exemplo assustador para o que ocorrerá em Sines a breve trecho, se não pusermos já em marcha um rumo alternativo: planear o fecho da Refinaria da Galp em Sines, garantindo uma transição justa”. Os ativistas têm já marcada para o dia 18 de novembro em Sines “uma ação de bloqueio pacífico da refinaria”.

Para a Climáximo, "o que está a acontecer em Matosinhos nem é uma transição, nem é justa”, pois a empresa irá concentrar em Sines a produção e duplicar o seu volume através da exploração de petróleo e gás “nas ex-colónias”. Por outro lado, existe uma “ausência total de planos de justiça social para os trabalhadores, visto que vão destruir mais 1.600 postos de trabalho em Matosinhos e de 5.000 na Área Metropolitana do Porto”, denunciam, citando o estudo encomendado pela autarquia matosinhense à Universidade do Porto.

“Em vez desta transição para a catástrofe, é preciso uma transição justa garantida através de um plano massivo de centenas de milhares de Empregos para o Clima”, defende a Climáximo, referindo-se a  "novos postos de trabalho, no sector público, nos sectores-chave que têm impacto direto nas emissões e com garantia de requalificação profissional e prioridade ao emprego para as pessoas que trabalham nos sectores poluentes".