Cinco polícias disparam e matam mulher

15 de novembro 2017 - 20:00

Uma mulher morreu esta madrugada depois de cinco polícias dispararem sobre um carro que, alegadamente, não parou quando ordenado. A PSP alega que o carro tentou atropelar os polícias, o que os terá "obrigado" a "recorrer a armas de fogo".

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As primeiras notícias sobre a ocorrência, publicadas pela edição online do Correio da Manhã e citadas pela agência Lusa pelas 11h, não referem qualquer tentativa de atropelamento.

Apesar da lei não permitir que se recorra a armas de fogo exceto em situação de perigo de vida, cinco polícias dispararam esta madrugada sobre um carro que, segundo a informação avançada pela PSP, “aparentava corresponder às características da viatura suspeita”. 

A viatura suspeita era outro carro que teria feito parte de um asssalto a uma caixa multibanco no Pragal, pelas 3h05 da madrugada desta quarta-feira. Pouco tempo de depois, acontece uma perseguição na Segunda Circular onde, segundo a PSP, os suspeito fugiram em direção à rotunda do Relógio “a alta velocidade e em contramão”. 

Os fugitivos terão disparado contra os agentes da PSP que os perseguiam, “ao que estes ripostaram, igualmente recorrendo a arma de fogo”. 

Mas é pelas 3h25 que outro veículo no Bairro da Encarnação se recusa a parar e, segundo a PSP, tenta atropelar os polícias, algo que terá “obrigado” os polícias a “recorrer a armas de fogo”. No entanto, segundo o Expresso, a PSP não confirma que se tratava do mesmo carro que tinha participado no assalto na Margem Sul às 3h. 

Segundo a TVI, estiveram envolvidos sete agentes da equipa de intervenção policial de Loures. Cinco deles, armados com pistolas glock de 9mm, dispararam durante a ocorrência. Os outros dois estão à partida ilibados, porque um não disparou e o outro tinha uma caçadeira.

Historicamente, a PSP justificou incidentes semelhantes - onde polícias recorrem a armas de fogo provocando mortes de inocentes - alegando tentativas de fuga ou de atropelamento não comprovadas. 

Em comunicado, a PSP confirma que será realizada uma autópsia ao corpo da vítima e que a bala permitirá identificar o polícia que a disparou. 

As primeiras notícias sobre a ocorrência, publicadas pela edição online do Correio da Manhã e citadas pela agência Lusa pelas 11h, não referem qualquer tentativa de atropelamento, referindo apenas que a mulher foi atingida acidentalmente no pescoço quando seguia de carro na Segunda Circular e foi mandada parar pela polícia, já que as autoridades "terão confundido este veículo com o que estava em fuga. O condutor não obedeceu à ordem de paragem e a polícia disparou".