OE'2012 e nova mentira de Passos indignam trabalhadores

18 de outubro 2011 - 14:54

O movimento FERVE acusa Passos Coelho de ter mentido na semana passada, quando prometeu salvar um dos subsídios a quem ganhe menos de mil euros. A proposta de Orçamento só prevê isso para salários abaixo dos 650 euros por mês. E a CGTP apelou aos trabalhadores para que assumam o direito de resistência previsto no artigo 21º da Constituição para combater as medidas propostas no OE'2012.

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A CGTP acredita que os portugueses vão "responder em força na luta contra estas medidas injustas e imorais". Foto Paulete Matos

O movimento Fartos d'Estes Recibos Verdes (FERVE) fez as contas aos cortes nos subsídios de férias e Natal: para quem ganhe 650 euros por mês, o corte será de 320,39 euros em cada subsídio e acima desse salário todos perdem mais que um subsídio ao fim do ano: "Para trabalhadores que ganhem 700€ o corte é de 64%; 750€ o corte é de 68%; 800€ o corte é de 76%; 850€ o corte é de 83%; 900€ o corte é de 89%; 950€ o corte é de 94%".



"Um Governo que não respeita a palavra dada não pode merecer o nosso respeito. A Greve Geral e a Manifestação dos Indignados de 26 de Novembro devem ser a nossa resposta pelo chumbo deste Orçamento de Estado", defende o movimento.



A CGTP reagiu esta terça-feira à proposta de Orçamento de Estado, um dia depois do anúncio da preparação de uma greve geral conjunta com a UGT. "Este OE constitui uma declaração de guerra e é um programa de agressão aos trabalhadores, ao povo e ao país. Aposta na penalização daqueles que fizeram sempre sacrifícios: trabalhadores, pensionistas, desempregados e jovens", disse à Lusa Arménio Carlos, membro da comissão executiva da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses.  



O dirigente sindical disse acreditar os portugueses vão "responder em força na luta contra estas medidas injustas e imorais, que levam ao empobrecimento geral do país". E deixou o apelo "para mostrarem a sua indignação e lutarem, assumindo uma norma da Constituição da República Portuguesa, que estimula a resistência a todas as medidas que vão contra os direitos, liberdades e garantias dos cidadãos".



Arménio Carlos referia-se ao Artigo 21º da Constituição, intitulado "Direito de Resistência" e que diz o seguinte: "Todos têm o direito de resistir a qualquer ordem que ofenda os seus direitos, liberdades e garantias e de repelir pela força qualquer agressão, quando não seja possível recorrer à autoridade pública".

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