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Catarina reafirma que é urgente uma moratória da mineração em mar profundo
Catarina Martins esteve esta quarta-feira no Ocean Base Camp, a convite das organizações, e estará ao final da tarde, a partir das 18h na Marcha Azul pelo Clima.
“De tudo o que tem sido dito sobre a necessidade de salvar os oceanos e sobre a necessidade de responder às alterações climáticas, há uma certeza que temos: reuniões sucessivas ao mais alto nível de vários governos não produziram nenhuma medida concreta”, afirmou Catarina Martins à comunicação social.
“Pelo contrário, o ativismo, os movimentos e as ONG, que estão no terreno, têm sido quem tem vindo a conseguir, pelo menos, que o tema esteja no centro das agendas”, apontou, acrescentando que tinha de responder favoravelmente ao convite, junto de uma conferência onde só falam os governos, “porque sabemos que sem estas vozes não teremos os avanços necessários”.
"É preciso ativismo forte contra a mineração em mar profundo"
Catarina Martins destacou a mineração em mar profundo, nas questões que pretendia abordar, que “está a ser discutida neste momento”.
“A mineração em mar profundo é ir fazer no mar do que já se fez tanto em terra, é mais extrativismo, mais visão de curto prazo, colocando em causa os ecossistemas de que dependemos e, em Portugal, a mineração em mar profundo é uma ameaça”, afirmou a coordenadora do Bloco de Esquerda.
Lembrou que a mineração ainda não começou e salientou que “uma lei permite que ela comece”. Alertou ainda que o anterior ministro do Mar tinha reservas baseadas na ciência a que a mineração em mar profundo avançasse, porém já “ouvimos o atual ministro da Economia e do Mar a dizer que acha muito bem a mineração em mar profundo”, avisou.
“Disse mesmo mais, disse que até acharia boa ideia fazer prospeção de petróleo em alto mar, em Portugal. Não o pode fazer, aprovámos uma lei do clima que o impede”, frisou Catarina Martins, assinalando que “a mineração em mar profundo é um perigo para os ecossistemas e, na verdade, é um perigo que este Governo traz ao país”, nomeadamente nos Açores.
“Por isso, é também tão importante que os ativistas e as ONG aqui estejam, por que se na cimeira não está a haver resultados sobre a mineração em mar profundo é importante avisar as pessoas do que aí vem, para que nos possamos organizar”, explicou, recordando que “também queriam fazer prospeção de petróleo em alto mar, em Portugal e, graças ao ativismo, foi possível travar”.
A concluir, contou que uma das ativistas, com quem conversava pouco antes, “lembrava-me as discussões difíceis que teve com o anterior ministro do Ambiente, mas os ativistas ganharam, as populações ganharam, organizaram-se e ganharam, e, com isso ganhou o ambiente e ganhou o clima”. “É preciso que agora, em Portugal, haja esse ativismo forte contra a mineração em mar profundo”, rematou.
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