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Catarina Martins no IPO: não podem existir listas de espera onde existe urgência

Em visita ao IPO de Lisboa, Catarina Martins deparou-se com dificuldades de contratação. Por isso, defendeu condições na carreira dos profissionais, mais investimento na saúde mas também autonomia de contratação porque não se pode “estar meses à espera da assinatura do Ministro das Finanças.”
Catarina Martins no IPO Lisboa.
Catarina Martins no IPO Lisboa. Foto de Paula Nunes.

A coordenadora do Bloco começou por sublinhar que o Serviço Nacional de Saúde é “um dos aspetos mais valiosos da nossa democracia”. Mas, para termos um SNS “atuante”, há que resolver as suas “fragilidades”. Reconhecendo que “nos últimos anos tem existido mais dinheiro para o Serviço Nacional de Saúde”, Catarina Martins não deixou de apontar a falta financiamento que ainda se regista.

A visita ao serviço de Lisboa do Instituto Português de Oncologia permitiu contactar com dificuldades concretas ao nível da contratação. Estas existem “aos mais variados níveis”, ou seja, para além de médicos e enfermeiros, abrangem também técnicos e auxiliares.

A resolução desta situação passa, segundo a dirigente bloquista, pela melhoria das carreiras: “é preciso que as pessoas que trabalham no Serviço Nacional de Saúde se sintam respeitadas, que percebam que vão ter progressão na carreira para aqui ficarem”. Porque não valorizar as carreiras equivale a empurrar as pessoas para irem trabalhar para o privado ou para outros países quando “são necessárias aqui”porque “o que o IPO de Lisboa faz mais nenhuma instituição faz às pessoas a quem a ele recorrem”.

Catarina Martins notou que “as carreiras especializadas na saúde não tiveram progressão”. O que implica que “há muitos, muitos anos que as pessoas não têm progressão, que têm tido salários congelados e que são mais baixos relativamente ao que é pago no privado ou fora do país”. E, do que foi ouvindo, a coordenadora do Bloco concluiu que “o que estes trabalhadores querem é ter um pouco mais porque acabam por perder poder de compra todos os anos. E querem também a certeza da progressão na carreira e a certeza do respeito pela especialização.”

Especial atenção foi chamada, durante a visita, para o problema dos auxiliares que ganham sensivelmente o salário mínimo nacional para fazer “um trabalho tão duro, do ponto de vista físico, do ponto de vista emocional, do ponto das suas competências”. A dirigente pensa que isto “não pode ser” e que é preciso “respeitar os profissionais de saúde”.

Para além da melhoria das condições de carreira, considera-se que as instituições “precisam de autonomia”. Daí que estas “não podem estar à espera meses de uma assinatura de um ministro das finanças para contratar as pessoas que precisam ou para fazer a aquisição de um equipamento, ou dos medicamentos de que precisam”. Esta falta de autonomia cria listas de espera e mais despesa para o Estado porque não foi feita a contratação atempada.

Catarina Martins concluiu que é preciso centrar a campanha “no que é essencial”. E isso é um SNS “mais forte”, capaz de “reter os profissionais” dando estabilidade e condições de segurança a quem precise de recorrer a ele. Sendo o IPO de Lisboa um bom exemplo desta necessidade de segurança que só sairá reforçada pela recuperação de salários na saúde, por carreiras mais fortes e pelo “maior respeito pelos profissionais” que nele trabalham.

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