Depois dos fortes protestos em várias cidades do país no passado mês de abril, a resposta do Governo não convenceu os ativistas pelo direito à habitação, que continuam a ver posto em causa "o direito e o acesso à habitação digna para largos setores da sociedade, sobretudo os mais jovens".
"Não é aceitável que a habitação seja um dos maiores fatores de empobrecimento em Portugal", diz o movimento Casa para Viver, apontando o dedo aos que diz serem responsáveis pela situação atual: "a ganância dos fundos imobiliários especulativos, a pressão turística vivida em muitas cidades, e os enormes incentivos fiscais à especulação imobiliária", a par da quase inexistência de um setor público de habitação em Portugal quando comparado com os restantes países europeus.
No concelho de Aveiro, o movimento diz que nos últimos sete anos, o preço por metro quadrado disparou mais do dobro (146%), pois em 2015 era de 932,5€/m2 e em 2022 atingia 2297,25€/m2. No conjunto do distrito de Aveiro subiu para praticamente o dobro (93%) no mesmo período, de 796,4€/m2 para 1540,75€/m2. E o mesmo aconteceu às rendas, que em três anos aumentaram 30% no concelho e 26% no distrito. "Estas subidas são simplesmente incomportáveis para a maioria das pessoas que vivem, trabalham ou estudam na região", apontam.
Além de Aveiro, as manifestações "Casa para Viver" de 30 de setembro estão já convocadas para Lisboa, Porto, Coimbra e Braga.