O relatório, intitulado “Reclaiming Power and Place”, e que é citado pelo Guardian, assinala que “as ações e inações estatais enraizadas no colonialismo e nas ideologias coloniais” foram uma força motriz fundamental no desaparecimento de milhares de mulheres indígenas.
O número de mulheres indígenas desaparecidas é estimado em mais de 4.000. Durante anos, ativistas e povos indígenas exortaram o governo a avançar com um inquérito sobre o elevado número de mulheres indígenas que desapareceram ou foram mortas. O governo conservador anterior rejeitou a ideia, mas os liberais liderados pelo primeiro-ministro Justin Trudeau cumpriram a promessa eleitoral de dirigir esforços no sentido de determinar o alcance e a extensão dos desaparecimentos. Existem 230 recomendações no relatório, de acordo com a CBC News.
Em 2015, o senador Murray Sinclair, que liderou a comissão de Verdade e Reconciliação, sofreu uma intensa reação após ter chamado a política escolar em que milhares de crianças indígenas foram encarceradas em escolas residenciais de “genocídio cultural” - uma caracterização apoiada pela 17ª Chefe de Justiça do Canadá, Beverly McLachlin.
O Inquérito Nacional a Mulheres e Meninas Indígenas Assassinadas e Desaparecidas, a fim de produzir o relatório, realizou 24 audiências em todo o país. Pelo menos 2.380 pessoas compareceram, incluindo os membros da família daquelas que foram mortas ou estão desaparecidas.