BPN: “gestão danosa e favorecimento”

07 de janeiro 2011 - 8:43

Alegre volta a insistir que Cavaco tem de se sujeitar ao "escrutínio público" e esclarecer venda de acções da SLN. Questionado sobre a necessidade dos cortes salariais, Manuel Alegre defende que há sempre alternativa às receitas neoliberais.

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Manuel Alegre esclarece que foi a atitude “crispada” de Cavaco Silva, no debate na RTP, e o facto de o mesmo não clarificar esta situação, que colocou o BPN na agenda política. Foto de Inácio rosa, Lusa.

No debate realizado quinta-feira na RTP Manuel Alegre reagiu à notícia divulgada pela SIC que deu a conhecer que o despacho com o valor de venda das acções da SLN foi assinado pelo próprio José Oliveira Costa, ex-secretário de Estado dos Assuntos Fiscais de Cavaco Silva.

Alegre afirmou que uma situação em que o “presidente de um banco com o qual [Cavaco]tem ligações políticas e de amizade fixa uma cota em  acções que não estão na bolsa” “é um caso muito grave” e estamos, no mínimo, perante uma situação de “favorecimento”, restando saber se o mesmo tratamento terá “sido dado a outras accionistas”. A confirmar-se será, em si mesmo, um “acto de gestão danosa”, disse o candidato presidencial.

Manuel Alegre defendeu que Cavaco deve sujeitar-se ao “escrutínio público” e esclareceu que foi a atitude “crispada” de Cavaco Silva, no debate na RTP, e o facto de o mesmo não clarificar esta situação, que colocou este assunto na agenda política.



“Há sempre alternativa” às políticas neoliberais

Questionado sobre o argumento do governo de que é necessário proceder a cortes salariais, Manuel Alegre afirmou que “há sempre alternativa” e que não acredita “em fatalidade na política”. Alegre adiantou que as receitas neoliberais causaram esta crise, e “as mesmas causas produziram os mesmos efeitos”, e defendeu que  “o que os países precisam é de políticas de investimento, de estímulos à economia, de crescimento económico, politicas de emprego e de mudar o nosso modelo de desenvolvimento”.