Jornalismo

Bloco questiona Governo sobre trabalhadores da Global Media com pagamentos em atraso

19 de julho 2024 - 11:00

Depois de 40 jornalistas, fotojornalistas e gráficos a recibos verdes anunciarem a suspensão da sua atividade por falta de pagamento, o grupo parlamentar do Bloco de Esquerda questiona o ministro dos Assuntos Parlamentares sobre medidas concretas para garantir o respeito pelos trabalhadores.

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Manifestação de jornalistas do Jornal de Notícias
Manifestação de jornalistas do Jornal de Notícias / Fotografia de SomosJN

O grupo parlamentar do Bloco de Esquerda dirigiu na passada quinta-feira um requerimento ao ministro dos Assuntos Parlamentares, questionando o mesmo sobre o grupo de cerca de 40 jornalistas, fotojornalistas e gráficos a recibos verdes que suspenderam a sua atividade devido a pagamentos em atraso.

O requerimento aponta que “em julho de 2023, um fundo internacional de origem desconhecida [World Opportunity Fund] sediado num paraíso fiscal caribenho passou a deter 41,51% do capital da Global Media Group” e relembra que a nova administração tomou, nos meses que se seguiram decisões que incluíram o despedimento coletivo de centenas de trabalhadores, o atraso no pagamento de salários e o afastamento de cargos de direção de vários títulos.

O objetivo das perguntas enviadas ao ministro Pedro Duarte é saber que medidas é que o Governo vai tomar para “garantir o respeito pelos direitos dos trabalhadores do Grupo Global Media” e para “promover uma situação estável e transparente da propriedade dos órgãos de comunicação social em Portugal, de forma a garantir o pluralismo e a liberdade de imprensa”.

Em Abril, por proposta do Bloco de Esquerda e do PAN, voi votada a constituição de uma comissão parlamentar de inquérito sobre o Global Media Group e a compra e gestão do grupo pela World Opportunity Fund, mas acabou por ser chumbada em plenário com votos contra do PSD, PS e CDS-PP.

Na terça-feira, dia 16 de julho, um grupo de cerca de 40 trabalhadores do Global Media Group, que detém títulos como o Jornal de Notícias, a Notícais Magazine, O Jogo, a TSF e o Diário de Notícias, anunciaram a suspensão do seu trabalho devido aos pagamentos em atraso relativos aos meses de abril e maio, sem que houvesse, segundo comunicado dos jornalistas “qualquer justificação para tal, ao longo destes meses, apesar das constantes tentativas de contacto e pedidos de esclarecimento”.

O comunicado revelou ainda a situação precária de “cerca de 130 jornalistas, fotojornalistas e gráficos a recibos verdes, que se sentem desrespeitados por não estarem a receber pelo trabalho realizado e indignados com o silêncio da administração”.