Está aqui

Bloco quer “zonas de emissão zero” no trânsito em Lisboa

Avenida da Liberdade, Baixa-Chiado e Ribeira das Naus devem ser encerradas ao trânsito de não residentes, defende a proposta que irá a votos no executivo municipal.
Avenida da Liberdade, Lisboa
Avenida da Liberdade, Lisboa. Foto Hans Porochelt/Flickr

A vereação bloquista em Lisboa apresentou um conjunto de propostas para combater a poluição automóvel na recém-nomeada “Capital Verde da Europa”, que serão agendadas para debate no executivo municipal.

Uma das propostas para garantir o objetivo da neutralidade carbónica passa pela criação de “zonas de emissão zero” na Avenida da Liberdade, Baixa-Chiado e Ribeira das Naus, proibindo a circulação automóvel a não residentes, com exceção dos transportes públicos, veículos elétricos, prioritários e autorizados.  

Noutras zonas da cidade com níveis de poluição preocupantes, a vereação bloquista quer criar “quarteirões de emissões zero” nas zonas mais poluídas da cidade, como o Parque das Nações, Telheiras e Belém. Entre as medidas a adotar, considerando "as melhores soluções para cada bairro", podem estar as zonas com velocidade máxima de 30 km/h, o alargamento da rede de ciclovias e de “docas” de bicicletas partilhadas, vias exclusivas para transportes públicos ou o encerramento parcial ao trânsito para não residentes, a par da redução gradual do estacionamento de superfície, "em prol dos espaços verdes e outros espaços adaptados a famílias".

A monitorização e informação pública sobre os níveis de poluição é outra das propostas, com a instalação de painéis em várias zonas da cidade a indicar os valores da poluição do ar e sonora. E sempre que estes valores ultrapassem os limites estabelecidos pela Organização Mundial de Saúde, deve ser ativado “um plano de contingência de saúde pública”, como acontece em cidades como Madrid, Paris ou Bruxelas, que pode passar pela proibição da circulação automóvel ou a redução da sua velocidade máxima, ou mesmo pela disponibilização de transportes públicos gratuitos para reduzir o tráfego nas zonas afetadas.

As medidas propostas resultam de um levantamento do trabalho feito noutras cidades europeias que avançaram com planos semelhantes e pretendem ir além do que Fernando Medina anunciou na cerimónia da passagem de testemunho da Capital Verde Europeia. Para o Bloco/Lisboa, até agora existem “apenas um conjunto de anúncios, que pouco significam em termos de adaptação da cidade à emergência climática”. Neste aspeto, os bloquistas destacam negativamente "a falta de execução de vários programas, como a expansão das bicicletas partilhadas, construção de ciclovias ou adaptação dos edifícios públicos a energias renováveis".

A propósito da promessa de Fernando Medina de criar uma zona de emissões reduzidas na Baixa-Chiado, o Bloco/Lisboa recorda que o PS já o tinha anunciado em 2014, mas a medida teve “uma execução muito insuficiente, com pouca ou nenhuma fiscalização”. Seis anos depois, acrescentam os bloquistas, “o PS anuncia a mesma medida, sem novidade, ou seja, sem os mecanismos de implementação diferenciados e sem alargamento a novas zonas”.

 

Termos relacionados Ambiente
(...)