O requerimento para ouvir com carácter de urgência o ministro das Finanças Fernando Medina na comissão parlamentar de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto foi anunciado esta quinta-feira pela deputada bloquista Joana Mortágua.
O conflito laboral na agência de notícias suscita a preocupação do Bloco, que antes já tinha chamado os protagonistas da negociação ao Parlamento, embora nessa altura o PS tenha chumbado a presença dos ministros das Finanças e da Cultura.
Entretanto, os trabalhadores da Lusa mostraram o seu descontentamento com as propostas salariais em cima da mesa com uma greve de quatro dias no final da semana passada. Para o Bloco, "o subfinanciamento da agência Lusa tem sido uma prática reiterada há longos anos, que afeta os seus trabalhadores e o serviço público" da agência que "garante a circulação democrática e plural da informação noticiosa, sem a interferência de grandes grupos económicos".
Se os representantes dos trabalhadores foram ouvidos a 23 de março, antes da greve de 30 de março a 2 de abril por um aumento de 120 euros, que representa “menos de 10 euros por cada um dos 12 anos sem aumentos salariais”, um valor entretanto atualizado para 100 euros, só esta quinta-feira foi a vez de os deputados ouvirem o Presidente do Conselho de Administração da empresa.
"Nas suas declarações, o Presidente do Conselho de Administração da LUSA admitiu ter contactado o Ministério das Finanças sobre a negociação em curso, e esclareceu que não poderá avançar nas mesmas enquanto não obtiver orientações por parte da tutela sobre os valores em causa e sobre a aplicação da atualização salarial de 1% ao setor empresarial do Estado, anunciada pelo Ministro das Finanças no dia 27 de março", aponta o Bloco de Esquerda, concluindo ser necessário agora "obter esclarecimentos da parte do Governo, designadamente do Ministro das Finanças, Fernando Medina" sobre o financiamento necessário para atualizações salariais na Lusa.