A Câmara do Porto vai discutir na segunda-feira uma proposta com seis recomendações do Bloco de Esquerda para a autarquia melhorar as condições mobilidade na cidade e o serviço público da STCP. As recomendações passam pela redução da circulação de automóveis de uso individual, o aumento do número de faixas BUS, o reforço da fiscalização do estacionamento abusivo, a regulação do trânsito por parte de agentes policiais nas zonas mais congestionadas, a alteração de percursos da STCP afetados pelas obras do metro e o desenho de novos percursos da STCP na malha urbana abrangida pelo Metrobus.
“Para melhorar a resposta da STCP às exigências de mobilidade da população que reside ou trabalha na cidade não bastam os investimentos a concretizar na próxima década em autocarros elétricos e outros equipamentos de transporte”, considera o vereador Sérgio Aires, denunciando os atrasos na implementação de um Plano de Mobilidade Urbana Sustentável ou no aumento das faixas BUS dedicadas ao transporte público, que no Porto continuam a ter uma extensão inferior a 20 kms.
O Bloco defende que no Porto “são necessárias outras medidas para atrair novos passageiros para o transporte público rodoviário através do cumprimento dos horários, do alargamento a novas zonas do serviço do serviço de transporte da STCP e do desincentivo à utilização do automóvel para uso individual”.
Respondendo ao argumento de que as obras de ampliação do metro têm dificultado a circulação dos veículos da STCP, Sérgio Aires lembra que “em muitas das zonas sem obras da Metro do Porto há uma circulação excessiva de veículos (como na VCI ou na Av. AEP onde transitam mais de 100.000 viaturas por dia com ocupação média de 1,5 pessoas), que provoca engarrafamentos, um inaceitável número de vítimas de acidentes viários e uma elevada emissão de poluentes atmosféricos com impactos muito negativos na saúde pública”.
O vereador do Bloco aponta ainda a crescente quebra de confiança dos utentes no cumprimento dos horários pela STCP e quer que o município intervenha nalguns dos pontos mais congestionados da cidade, dando o exemplo do Carvalhido, “onde se cruzam mais de 15 carreiras da STCP”, considerando que “a orientação dos fluxos de trânsito apenas por semáforos já mostrou a sua inadequação”.