“É duro de ver. É um crime ambiental que está escondido e só se consegue ver do ar”, declarou a porta-voz bloquista no final de uma viagem de helicóptero sobre a Serra da Arrábida. “Em plena Serra da Arrábida, um património natural extraordinário, temos crateras, autênticas paisagens lunares por diversas pedreiras. É o equivalente a 320 campos de futebol em pedreiras que rasgam a serra”, descreveu Catarina Martins.
Para além das pedreiras ilegais, a porta-voz do Bloco denunciou o contrato assinado entre o Estado e a Secil e que vigora até 2042. E recordou que “a UNESCO desclassificou a candidatura da Serra da Arrábida a Património da Humanidade porque as cicatrizes das pedreiras não permitem a classificação”.
“É preciso acabar com as pedreiras ilegais. E não podemos aceitar que o Estado faça um contrato até 2042 para uma cimenteira estar a esventrar a Serra da Arrábida. Há hoje métodos tecnológicos tão diferentes para fabricar cimento que protegem muito melhor o ambiente”, prosseguiu.
Na última legislatura, o Bloco apresentou propostas para a retirada das pedreiras ilegais e a requalificação ambiental e o fim do contrato com a Secil. “A Serra da Arrábida não pode aguentar mais”, defendeu catarina Martins.
"Só as propostas do Bloco contribuem para soluções mais fortes e mais abrangentes”
Questionada pelos jornalistas sobre o apelo de António Arnaut para que os partidos à esquerda do PS assumam as suas responsabilidades a seguir às eleições, Catarina Martins respondeu que “estamos disponíveis para uma solução para o país que defenda as pensões, o emprego e garanta a sustentabilidade da Segurança Social. Fossem todas as forças políticas tão claras como tem sido o Bloco de Esquerda”.
Catarina lembrou que nenhum partido como o Bloco tem nesta campanha atacado os negócios e desmascarado os programas de PSD e CDS “que estão a lesar quem cá vive e quem trabalha”. “Ninguém tem dúvidas que o Bloco está aqui para derrotar a austeridade e o assalto que tem sido feito a quem trabalha ou trabalhou toda a vida e à economia do país. E fazemo-lo com propostas concretas que contribuem para soluções mais fortes e mais abrangentes”, prosseguiu a porta-voz bloquista.
“Os partidos políticos nestas eleições têm de ser claros nas propostas e nas soluções. E nós temos sido bastante claros”, concluiu Catarina Martins, lembrando o desafio que colocou a António Costa para proteger o emprego e as pensões, e que ficou sem resposta do líder do PS.