Bloco denuncia chumbo de projetos de prevenção de incêndios

22 de agosto 2017 - 11:27

O governo alegou a falta de verbas para chumbar centenas de candidaturas ao Programa de Desenvolvimento Rural 2014-2020 para a proteção da floresta. Trata-se do mesmo programa que prevê apoios de milhões de euros para a plantação de eucalipto.

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Projetos de defesa da floresta foram chumbados por falta de verbas. Candidatos esperaram até três anos pela resposta do governo. Foto Antonio da Silva Martins/Flickr

"É lamentável. Quando a intervenção florestal assume uma importância tão grande, quando há um esforço enorme para fazer frente a este problema… Não se compreende", afirmou o deputado bloquista e presidente da comissão parlamentar de Ambiente, Pedro Soares, citado pelo Diário de Notícias.

O Bloco já pediu explicações ao Ministério da Agricultura, na sequência de queixas por parte das entidades que se candidataram aos fundos do PDR 2020, financiados pela UE com comparticipação nacional.  "Estamos a falar da limpeza de matos e prevenção de incêndios florestais”, sublinha Pedro Soares, apontando a contradição do governo ao dizer que não tem dinheiro para estes projetos, quando o mesmo PDR 2020 prevê apoios de nove milhões de euros para a plantação de eucaliptos.

Para além do chumbo de 1346 candidaturas, 800 das quais com avaliação acima de 15 (numa escala de 0 a 20), as entidades candidatas queixam-se ainda do atraso na resposta do governo. As classificações divulgadas no final de julho dizem respeito a candidaturas apresentadas no fim de 2015 e início de 2016.

Mas há outros casos, denuncia o Bloco, que passaram “três anos a aguardar resposta a candidaturas de projetos de visam ações fundamentais para a prevenção de incêndios e que acabam por ser reprovadas por falta de dotação orçamental”.

Por outro lado, o partido faz ainda eco das queixas dos candidatos que propõem intervenção em zonas montanhosas, o que aumenta naturalmente o custo da operação, e que acabaram por ser penalizados com os atuais critérios.