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Bancos optam por engordar cofres do BCE e não por financiar a economia

Esta sexta-feira, e após terem usufruído esta semana de empréstimos a 3 anos a baixos juros, no valor total de 530 mil milhões de euros, os bancos comerciais depositaram um valor recorde de 776,9 mil milhões no Banco Central Europeu.
Os banqueiros preferem guardar o dinheiro no BCE do que pôr a economia a mexer. Foto ninette_luz/Flickr.

Os bancos comerciais usufruiram esta semana de uma injeção de liquidez por parte do Banco Central Europeu no valor total de 529,5 mil milhões de euros. No final do ano passado, o BCE já teria emitido empréstimos a 3 anos com baixos juros no valor de 489 mil milhões de euros, que terão abrangido 523 bancos.

Este financiamento visava, conforme terão idealizado Merkel e Sarkozy, permitir aos Estados aceder a dinheiro mais barato e abrir aos agentes económicos a possibilidade de conseguirem empréstimos para saírem da estagnação e recessão para onde foram empurrados como uma das mais evidentes consequências da política de austeridade.

Contudo, os bancos terão optado por depositar aproximadamente três quartos do dinheiro que o BCE colocou no sistema financeiro nestas duas injeções em detrimento do financiamento da economia. Nesta sexta-feira, os bancos investiram 776,9 mil milhões de euros nos depósitos 'overnight' (de um dia para o outro) do BCE, o valor mais alto desde a criação do euro.

Apesar de os bancos recebem apenas 0,25% sobre o dinheiro que eles depositam no BCE, comparado com quase 1% quando o emprestam por três meses no mercado aberto, os depósitos têm estado em alta desde meados do ano passado.

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