Os bancos comerciais usufruiram esta semana de uma injeção de liquidez por parte do Banco Central Europeu no valor total de 529,5 mil milhões de euros. No final do ano passado, o BCE já teria emitido empréstimos a 3 anos com baixos juros no valor de 489 mil milhões de euros, que terão abrangido 523 bancos.
Este financiamento visava, conforme terão idealizado Merkel e Sarkozy, permitir aos Estados aceder a dinheiro mais barato e abrir aos agentes económicos a possibilidade de conseguirem empréstimos para saírem da estagnação e recessão para onde foram empurrados como uma das mais evidentes consequências da política de austeridade.
Contudo, os bancos terão optado por depositar aproximadamente três quartos do dinheiro que o BCE colocou no sistema financeiro nestas duas injeções em detrimento do financiamento da economia. Nesta sexta-feira, os bancos investiram 776,9 mil milhões de euros nos depósitos 'overnight' (de um dia para o outro) do BCE, o valor mais alto desde a criação do euro.
Apesar de os bancos recebem apenas 0,25% sobre o dinheiro que eles depositam no BCE, comparado com quase 1% quando o emprestam por três meses no mercado aberto, os depósitos têm estado em alta desde meados do ano passado.