Os ativistas da campanha Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS) juntaram-se ao protesto promovido em vários países contra a participação no evento Round Tables, que decorre em Telavive até 26 de novembro com a presença de treze restaurantes, entre os quais o português Belcanto. Segundo o site Solidariedade com a Palestina, a carta enviada ao chef Avillez lembra que a iniciativa está associada aos ministérios israelitas “que usam a cultura e as artes como um meio para desviar a atenção das suas graves violações dos direitos humanos e criar uma imagem positiva da ocupação”.
Para as associações signatárias, a iniciativa faz “uso da velha tradição de partilhar experiências culinárias como um meio de branquear a violação sistemática dos direitos fundamentais dos palestinianos”. O Round Tables surgiu por iniciativa da American Express e tem como parceiros os ministérios do Turismo e dos Negócios Estrangeiros, para além da Golan Heights Winery, que produz vinho nos territórios ocupados dos montes Golã e é considerada pelos organizadores como uma ofensiva de “gastro-diplomacia” por parte de Israel
A carta enviada ao chef José Avillez ainda não teve resposta, ao contrário do que aconteceu com a chef Kamilla Seidler, que retirou o seu restaurante boliviano Gustu do evento na sequência dos alertas desta campanha. Outros gerentes alegaram desconhecer o envolvimento do governo israelita no evento e já ser tarde demais para cancelar, tendo alguns assegurado que não voltariam a participar no Round Tables.
O apelo ao chef José Avillez foi subscrito pela Associação Abril, Colectivo Mumia Abu Jamal, Comité de Solidariedade com a Palestina, Conselho Português para a Paz e Cooperação, Grupo Acção Palestina, MPPM - Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente, Panteras Rosa - Frente de Combate à Lesbigaytransfobia e SOS Racismo.