Ativistas antirracistas apelam ao voto no Bloco para “não dar tréguas ao racismo e à discriminação”

07 de março 2024 - 14:45

Em carta aberta, largas dezenas de ativistas antirracistas declaram que o voto no Bloco “é o voto que combate o racismo e a discriminação, na luta por uma sociedade digna, igualitária e socialmente justa”.

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Na missiva, as cerca de seis dezenas de ativistas assinalam que, “em Portugal, a fragilidade das políticas públicas de efetivo combate à discriminação étnico-racial é flagrante, apesar da crescente visibilidade que a discussão sobre o racismo e a xenofobia tem conquistado, resultante, em grande medida, da luta das organizações antirracistas”.

“As manifestações de racismo e xenofobia, que persistem na sociedade e nas instituições, são preocupantes e revelam o seu carácter enraizado na nossa sociedade”, continuam.

A esse respeito, referem que “um número crescente de pessoas, residentes em Portugal, tem sido alvo de discursos de ódio, baseados nas suas características étnico-raciais, religião ou nacionalidade, num exercício de violência e de humilhação que afeta a dignidade, as oportunidades, a prosperidade, o bem-estar e, muitas vezes, a segurança”.

Os ativistas antirracistas sublinham ainda algo que é amplamente conhecido, ainda que alguns o tentem negar: “As pessoas migrantes, que escolhem Portugal para uma vida melhor, contribuem para o desenvolvimento social, económico e cultural da nossa sociedade. E, no entanto, continuam a  enfrentar situações de exploração laboral e humana, de extrema precariedade, de exclusão social e de preconceito”.

“Temos assistido ao crescimento de forças fascizantes, ao aumento do lastro dos discursos anti-imigração e à tendência de criminalização do direito a migrar. As narrativas racistas e coloniais, que reforçam os estereótipos contra pessoas negras, ciganas e comunidades religiosas, são um dispositivo que conduz ao retrocesso dos direitos conquistados, constituindo, hoje, uma ameaça à nossa democracia”, alertam.

Afirmando acreditar que “o combate é feito com propostas e na rua, apoiando todas as mobilizações que se levantam contra a política do ódio”, os ativistas enfatizam que “é fundamental derrotar as forças fascizantes e racistas, que continuam a negar direitos às pessoas migrantes, negras e ciganas”.

“No dia 10 de março, é preciso votar para aprofundar os direitos de todas as pessoas que vivem em Portugal, combatendo o racismo e a discriminação para construir uma sociedade justa, progressista e inclusiva”, apontam. E, conforme defendem, é o voto no Bloco “que combate o racismo e a discriminação, na luta por uma sociedade digna, igualitária e socialmente justa”.

“Nos 50 anos da Revolução de Abril, apoiamos o Bloco de Esquerda. Dia 10 vamos  Fazer o que nunca foi feito”, rematam.

Subscrevem a carta aberta:

Alberto Matos, dirigente associativo

Alessandra Guedes, profissional de comunicação social

Aliyah Bhikha, estudante

Amadu Dafé, jurista

Amanda Baeza, artista

Aminta Josenaide Có, Trabalhadora estudante

Ana Durães, trabalhadora estudante

Andreia Galvão, atriz, estudante e jornalista freelancer

Andreina Zerega, bolseira de doutoramento em engenharia do ambiente

Bárbara Góis, estudante de artes

Beatriz Lopes, estudante

Bia Djassi, responsável de Recursos Humanos

Bruno Braz, psicólogo e doutorando

Caropul Mendes, gestor

Cristina Isabel Dabó, estudante

Cyntia de Paula, dirigente Associativa

Diógenes Parzianello, sociólogo

Edna Tavares, psicóloga clínica e coordenadora do Projeto GAT ´Afrik migrante

Fernanda Tássia Fernandes, professora e cantora

Gustavo Weigert Behr, jurista

Helena Serra, professora universitária e investigadora

Hugo Monteiro, professor

Inês Fernandes, técnica de rastreio

Iracema de Matos Vilarigues Maia, funcionária pública

Isaac Jaló, escritor

Jefferson Oliveira, ator e professor

José Falcão, dirigente da SOS Racismo, reformado da CP

Karim Quintino, politólogo

Laura Diogo, mediadora sociocultural

Lou Loução, realizadora, produtora, programadora, curadora e estudante

Mafalda Fati, assistente de informações - Portway

Mamadou Ba, dirigente da SOS Racismo e investigador

Maria da Conceição Sobrinho - Lilia Trajano, assistente social e atriz

Maria Gil, atriz

Maria Vieira, consultora comercial

Marta Oliveira, administrativa de recursos humanos

Mauro Agostinho, jurista

Miriam Moniz, estudante

Miriam Sabjaly, jurista

Nuno Ferreira Dias, investigador auxiliar

Nuno Silva, jurista

Paula Cardoso, fundadora do Afrolink

Paula Ramos e Ramos, joalheira

Pedro Ferreira, professor universitário

Pedro Schacht Pereira, professor universitário e investigador

Pedro Varela, investigador

Rebeca Moore, estudante

Ricardo Domingos, empregado de limpeza e ativista sindical

Rita Ié, socióloga e técnica social

Ruth Domingos, trabalhadora estudante

Sadiq S. Habib, escritor e tradutor

Sandra Urceira, ativista antirracista

Santiago Mbanda Lima, diretor financeiro

Sara Graça, bancária

Sedrick Carvalho, jornalista

Shahd Wadi, investigadora

Sumaila Jaló, ativista e estudante

Timóteo Macedo, dirigente associativo