Assassino de Bruno Candé condenado a mais de 22 anos de prisão

28 de junho 2021 - 13:12

O acórdão dá como provado que o homicídio foi motivado por ódio racial. O condenado terá ainda de pagar uma indemnização de 120 mil euros à família da vítima.

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Manifestação em Lisboa em memória de Bruno Candé. Fotografia de Ana Mendes.
Manifestação em Lisboa em memória de Bruno Candé. Fotografia de Ana Mendes.

O homem de 76 anos foi esta segunda-feira condenado a 22 anos de prisão por homicídio qualificado e mais dois por arma ilegal. Bruno Candé foi assassinado na via pública em julho de 2020, em Moscavide.

O condenado ficou com uma pena única de 22 anos e nove meses de prisão efetiva. O Tribunal de Loures foi de encontro ao pedido do Ministério Público que, nas alegações finais, afirmou que o arguido deveria ser condenado a uma pena não inferior a 22 anos de prisão efetiva.

Citado pela Sic Notícias, o juiz considerou que o condenado "mostrou frieza de ânimo e reflexão sobre os factos". Deu ainda como provado que o crime foi motivado por ódio racial. 

Segundo o despacho do MP, a que a agência Lusa teve acesso, o arguido afirmou durante uma discussão com a vítima, em 22 de julho de 2020, onde afirmou: "Vai para a tua terra, preto! Tens toda a família na senzala e devias também lá estar!".

Durante a discussão, na via pública, o arguido levantou a bengala em direção ao ator Bruno Candé, ameaçando-o de morte e fazendo referência à cor do cidadão. De seguida, Bruno Candé entrou num veículo, tendo o arguido ainda gritado "tenho lá armas em casa do Ultramar e vou-te matar". Nos dias seguintes, o arguido passou diversas vezes na mesma rua com uma pistola calibre 7,65 milímetros, esperando voltar a encontrar a vítima, que habitualmente passeava a cadela no local, refere o Ministério Público no despacho.

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