Está aqui

Apoio público de combate à fome tem muita gente em lista de espera

O número de beneficiários do Programa Operacional de Apoio às Pessoas mais Carenciadas duplicou em 2020. Mas a ajuda não está a chegar a toda a gente.
Logotipo do POAPMC. Foto da Segurança Social.
Logotipo do POAPMC. Foto da Segurança Social.

O Programa Operacional de Apoio às Pessoas mais Carenciadas foi alargado em 2020 de 60 mil para 120 mil beneficiários. Só que atualmente há mais pessoas que deveriam receber a ajuda do que cabazes disponíveis, noticia o Público.

O POAPMC é gerido pelo Instituto de Segurança Social mas depende da colaboração de centenas de organizações que recebem ou distribuem a ajuda. Aquele jornal falou com várias destas instituições, que revelam situações de lista de espera para apoio. Por exemplo, a Santa Casa da Misericórdia de Almada, que ajudava 278 pessoas antes da pandemia, está agora a distribuir cabazes a 556. Mas há 270 em lista de espera. O mesmo cenário acontece noutros lados: o Centro Paroquial de Bem Estar Social da Arrentela também aumentou a ajuda de 209 para 418 pessoas e ainda assim ficam 164 à espera de vez; a Associação Nacional de Ajuda aos Pobres, no Porto, tem 300 pessoas na lista de espera; a Associação de Intervenção Comunitária Gondomar Social distribui ajuda a 729 pessoas e tem 115 em espera.

Algumas das pessoas que estão em listas de espera do programa público vão recebendo ajudas de outros, como o Banco Alimentar e o Banco de Bens Doados. Só que o confinamento comprometeu o trabalho destas instituições. E, para além disso, os cabazes alimentares deste tipo de organizações são feitos a partir das doações que existem. Os do POAPMC são feitos de forma a assegurar 50% das necessidades energéticas e nutricionais mensais dos beneficiários, contando com diversidade de géneros alimentícios.

O Público contactou o gabinete de Ana Mendes Godinho, ministra do Trabalho, da Solidariedade e da Segurança Social, que confirmou a situação mas garante que há “vias alternativas” a este programa, como as cantinas sociais e os serviços de ação social. “Nos territórios e entidades em que a capacidade seja atingida está assegurada a possibilidade de se alargar a capacidade de apoio pelas vias alternativas ao POAPMC, de forma a garantir resposta a todas as situações de carência alimentar das famílias”, diz a ministra.

Termos relacionados Sociedade
(...)