O jornal Público fez as contas e comparou com os objetivos definidos pelo governo em 2019, no Plano Nacional para o Alojamento no Ensino Superior (PNAES), e concluiu que, das 2500 novas camas prometidas, as novas vagas nas residências universitárias não chegam às 300.
No início desta semana, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior confirmou que estariam disponíveis 18.455 camas para este ano letivo, e o governo anunciou a criação de 4500 novos lugares para estudantes em hostels e pousadas.
Um aumento de 16% que, no entanto, não resultaram no aumento de camas nas residências universitárias, tal como definido pelo PNAES.
Segundo o jornal Público, “se a esse total retirarmos as 4500 camas agora anunciadas e as 2818 que têm que ser retiradas à oferta, por causa das orientações da Direcção-Geral da Saúde (DGS) para o próximo ano no ensino superior (que implicam que nos quartos das residências universitárias exista uma distância lateral mínima de dois metros entre camas), o ganho em relação ao ano passado é de apenas 208 camas”.
Este aumento resulta essencialmente de protocolos com instituições privadas e autarquias. Acrescenta-se a isto uma nova residência para 26 estudantes inagurada pelo Politécnico de Coimbra neste mês, e mais 35 camas instaladas na antiga Messe de Sargentos do Exército, em parceria com a Universidade do Porto.
A crise pandémica teve um efeito substancial na redução de capacidade, com menos 32% de camas na Universidade de Lisboa e menos 31% na Nova que, em conjunto, garantem 1220 camas.
Considerando que Lisboa e Porto são as duas cidades com maior número de alunos deslocados, este número de camas disponíveis não permite garantir o acesso a alojamento estudantil.
Ao Público, a tutela informa que os estudantes vão poder, autonomamente, contratualizar os serviços de alojamento com as unidades da hotelaria elencadas no portal Direcção-Geral do Ensino Superior, à qual terão direito se não tiverem lugar nem nas residências das universidades nem num dos lugares disponibilizados por privados.