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Antifascistas contra conferência neonazi em Lisboa

65 organizações antifascistas lançaram um manifesto e uma petição pública que apela à proibição de uma “conferência neonazi” em Lisboa no próximo sábado. São contra “a normalização do discurso de ódio” e prometem fazer uma contra-manifestação.
Manifestantes anti-fascistas no 25 de abril de 2008.
Manifestantes anti-fascistas no 25 de abril de 2008. Foto de Luís Felipe P. da S. Mader Gonçalves. Flickr.

A Frente Unitária Antifascista (FUA) reuniu 65 organizações num manifesto lançado no Facebook. A esta declaração juntou-se uma petição pública 'Contra a conferência Neonazi do dia 10 de Agosto em Lisboa' que conta já, no momento em que foi redigida esta notícia, com mais de cinco mil assinaturas.

Para além disto, os antifascistas marcaram também encontro nas ruas, naquilo que chamaram como uma “mobilização nacional antifascista”. Esta pretende ser uma resposta a um evento convocado pelo neonazi Mário Machado e pelo seu grupo atual a “Nova Ordem Social”.

Os signatários da petição classificam o encontro como “de extrema-direita” sendo algumas das organizações presentes “assumidamente de ideologia fascista e neonazi” e, para além de apelarem à mobilização cidadã “solicitam também que os partidos políticos tomem uma posição clara”.

Para além do já conhecido Mário Machado, o evento conta com a participação de Josele Sanchez, um espanhol especialista na promoção de notícias falsas que chegou ultimamente aos noticiários do país vizinho por ter publicado os dados pessoais da vítima de violação do caso da “manada”, num artigo com o título “não acredito em ti”, assinado por um inexistente chefe de redação. Também estará presente o neonazi Blagovest Asenov da Bulgária que, por exemplo, ameaçou os manifestantes do Pride de Sofia dizendo querer “limpar a praga” e descrevendo migrantes como “parasitas”, Mattias Deyda um conhecido neonazi alemão, Yvan Benedetti um anti-semita francês, negacionista do holocausto e o inglês Paul Anthony Golding, condenado por crimes de ódio racial e invasão de uma mesquita.

Face a este elenco, os antifascistas exigem uma intervenção “do governo e dos partidos para que “estes grupos sejam ilegalizados por respeito pela nossa Constituição e pelas nossas leis”, afirma, em declarações ao jornal Público, um dos organizadores da contra-manifestação, Jonathan Ferreira da Costa. Ao mesmo jornal, Mamadou Ba, dirigente do SOS Racismo, declarou que “não podemos ficar de braços cruzados a ver a extrema-direita, movimentos que têm as mãos sujas de sangue, que são violentos, antidemocráticos. É uma afronta à democracia”.

O abaixo-assinado antifascista que co-assinam termina nesta mesma toada: “não podemos aceitar que tal evento aconteça sem uma reação da parte de quem esteja pronto a defender a nossa democracia, e a liberdade que com ela conquistámos. Em Portugal, neonazis não são bem-vindos! Fascismo nunca mais!”.

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