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ANIMAL denuncia oferta de bilhetes para touradas a menores de 12 anos

Em Portugal as touradas são um espetáculo para maiores de 12 anos. Ativistas pelos direitos dos animais querem que o IGAC tome uma posição e criticam o “silêncio inacreditável” que recebem as suas denuncias.
ANIMAL denuncia oferta de bilhetes para touradas a menores de 12 anos

A associação de defesa dos animais denuncia a existência de um evento que oferece entradas para espetáculos tauromáquicos para crianças com menos de 12 anos. Porém, a lei portuguesa classifica as touradas como um evento para maiores de 12 anos, pelo que o referido evento vai contra a lei. A associação enviou um pedido de tomada de posição urgente à Inspeção Geral das Atividades Culturais (IGAC).

Os ativistas pelos direitos dos animais lembram na sua página na rede social Facebook que o Comité dos Direitos das Crianças da ONU recomendou ao Estado português, entre outros, que “afastasse as suas crianças da actividade tauromáquica, exortando para que se legislasse nesse sentido, tendo até em vista uma eventual proibição”. A recomendação foi mais além e sugere que a idade mínima para assistir a touradas passe a ser de 18 anos.

No documento do Comité dos Direitos das Crianças pode ler-se que este “está preocupado com o bem-estar físico e mental das crianças envolvidas em treino para touradas, bem como com o bem-estar mental e emocional das crianças enquanto espectadores que são expostos à violência das touradas" (…) por isso, é recomendado que Portugal tome medidas legislativas para proteger todas as crianças envolvidas em touradas, tendo em vista uma eventual proibição".

"O comité também exorta o Estado a empreender medidas de sensibilização e consciencialização sobre a violência física e mental associada às touradas e o seu impacto nas crianças", concluem.

Já os ativistas denunciam a inação da IGAC, uma vez que é “muitíssimo frequente verem-se crianças a irem a espetáculos de tauromaquia, incluindo bebés e crianças de colo. As queixas são enviadas à IGAC e o resultado é um silêncio inacreditável”.

“Continuam, portanto, a assobiar para o lado, fingindo que uma actividade que se centra na violência não vai ter nem tem nenhum efeito nefasto nas/os menores, ainda que tenhamos a ONU e tantos especialistas pelo mundo fora a dizerem o contrário”, critica a ANIMAL.

O Bloco de Esquerda Lisboa já reagiu a esta denuncia e fez saber em comunicado que "repudia o incentivo à participação de crianças num espectáculo violento", questionando Fernando Medina sobre que medidas serão tomadas para impedir estas situações.

"A posição do Bloco é clara. As touradas são um espectáculo violento que não deve ter lugar na cidade de Lisboa. É tempo de o Campo Pequeno ser transformado num espaço público multiusos sem sofrimento animal, contribuindo para a diversidade cultural e desportiva da cidade", dizem os bloquistas.

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