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Ambientalistas defendem emissões zero nos carros vendidos em 2030
A Zero - Associação Sistema Terrestre Sustentável quer que os governos e partidos portugueses "decidam desde já marcar fortemente a agenda de descarbonização de Portugal, através de uma decisão que conduza à proibição em 2030 da venda de automóveis novos que não tenham emissões locais iguais a zero”, afirmou a associação em comunicado.
Este objetivo seguiria o exemplo dado pelos parlamentos holandês, norueguês e alemão, que recomendaram o mesmo objetivo a concretizar em 2025 na Holanda e Noruega, e em 2030 na Alemanha.
Um estudo da Federação Europeia de Transportes e Ambiente calcula que haverá meio milhão de veículos elétricos a circular na Europa no final deste ano, depois das vendas terem duplicado no ano passado, passando a deter ainda apenas 1% da fatia de mercado.
O setor dos transportes é responsável or cerca de um quarto das emissões de dióxido de carbono em Portugal, e sem resolver esse problema será impossível lutar contra as alterações climáticas. Apesar disso, a venda de automóveis elétricos representa apenas 0,7% dos automóveis novos vendidos no nosso país.
Para contrariar esta realidade, a Zero propõe para o próximo Orçamento do Estado mais incentivos fiscais, fazendo regressar o apoio ao abate de automóveis com aquisição de veículos elétricos a 4500 euros e benefícios no IRS dos contribuintes.
Quercus quer mais veículos elétricos nas frotas públicas e privadas
Para os ambientalistas da Quercus, também citados pela Lusa, a mobilidade elétrica "poderá e deverá ser uma das soluções para resolver os problemas de qualidade do ar e ruído nas áreas urbanas”, devendo o seu uso ser promovido enquanto "meio de transporte individual, mas também ao nível das frotas públicas e privadas".
A tendência crescente da venda de veículos elétricos e híbridos em Portugal é ”um sinal de que os portugueses estão a aderir cada vez mais a esta forma de mobilidade sustentável”, acrescenta a associação, apontando como os maiores obstáculos a essa adesão “o preço de venda e a autonomia dos veículos”.
Comentários
Só em 2030? Então e agora?
Não faz o menor sentido pensar no que se vai fazer em 2030 e esquecer completamente o que se pode e deve fazer já hoje. Porque no imediato a realidade é esta: o parque automóvel de alta cilindrada da burguesia exploradora é praticamente todo a gasóleo. Apesar disso, o proletariado e a classe média assalariada que tem carros económicos a gasolina são obrigados a pagar 27 cêntimos de imposto fixo a mais em litro para a burguesia exploradora ter gasóleo mais barato e poluir mais. Só em CO2, como o gasóleo é mais denso em carbono que a gasolina, emite cerca de mais 15% mais CO2 por cada litro queimado. Nos poluentes tóxicos e cancerígenos (partículas finas, óxidos de azoto e de enxofre), então é o descalabro total: o diesel poluir tanto ou tão pouco que nem a extrema-direita do partido republicano lá quer carros desses nos EUA; alguns estados até os proíbem. Há que o dizer com todas a letras: os impostos sobre os combustíveis são regressivos, tanto no impacto que têm sobre o rendimento daqueles que os pagam, como no impacto que têm sobre o Ambiente. E isso é o cúmulo da perversão. Justifica-se absolutamente que os consumidores de gasolina que o possam fazer lancem um boicote em grande escala aos postos de abastecimento nacionais e abasteçam sempre em Espanha como meio para forçar a paridade do imposto. Alguém discorda? Então porque nada faz para que a justiça seja reposta?
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