Alegre insiste que Cavaco tem de esclarecer as acções da SLN

05 de janeiro 2011 - 4:17

“O problema é o de um banco [BPN] que teve uma gestão danosa, um banco fundado pelos amigos políticos do actual Presidente da República” salientou o candidato num jantar-comício no Funchal que juntou 2.500 pessoas e que constituiu o maior encontro “alguma vez realizado pela esquerda na Madeira depois do 25 de Abril”.

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Manuel Alegre com a sua mandatária regional, Violante Saramago Matos, durante uma arruada no Funchal – Foto de Homem de Gouveia/Lusa

Depois de ter desafiado Cavaco Silva a “mostrar o contrato de venda daquelas acções [da SLN]" que "apesar de não estarem cotadas em bolsa permitiram uma mais-valia de 145%", num almoço de campanha na Região Autónoma da Madeira, Manuel Alegre voltou a insistir e no jantar-comício afirmou que Cavaco Silva, “se tem um compromisso com a verdade, tem que dizer a verdade toda, assim o exige a ética republicana e a transparência democrática. Tem que responder à pergunta que fiz e não pode dizer que devolve para o site da República”.

“Um candidato à Presidência da Republica fala aos portugueses olhos nos olhos e responde aos portugueses pela sua vida, pelas suas acções e actos públicos”, realçou, sublinhando ainda: “O problema não é a actual administração do BPN, é a administração anterior, que provocou este escândalo financeiro que já custou mais de 5 mil milhões de euros ao povo português”.

Segundo a agência Lusa, Alegre afirmou também, sobre a situação política em Portugal:

“O que está em jogo é que as forças da direita, apoiadas pelos grandes interesses, beneficiando da crise, querem, pela primeira vez desde o 25 de Abril, todo o poder, a Presidência da República, a Assembleia da República e o Governo da República e têm um programa político que visa a destruição dos direitos sociais e serviços públicos que estão consagrados na Constituição”.

O candidato presidencial destacou ainda a presença das 2.500 pessoas no jantar-comício, interpretando-a como “um sinal de mudança”, como “uma prova de que não há donos da Madeira”, declarando: “Estamos a mudar a história aqui na Madeira e vamos mudar a história destas eleições presidenciais em Portugal. A segunda volta começou hoje aqui no Funchal”.