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Alegre: “Não é com cortes salariais que se responde à crise”

Manuel Alegre diz que Cavaco está a “repetir a receita do PSD e do CDS” quando defende o alargamento da redução de salários aos trabalhadores do sector privado. Num comício em Coimbra, o candidato, defendendo a resistência ao FMI, afirmou ainda: “O caminho é dizer aos senhores que mandam no mundo e que querem mandar na Europa que esse não é o caminho”.
Comício de Manuel Alegre em Coimbra - Foto de Paulete Matos

Em declarações ao jornal Público, Alegre respondeu à posição de Cavaco, que quer estender os cortes salariais ao sector público, dizendo que este quer “repetir a receita de PSD e CDS” e sublinhou: “Não é com cortes salariais e congelamento dos rendimentos do trabalho que se consegue responder à crise.”

Manuel Alegre esteve neste sábado no distrito de Coimbra onde realizou diversas acções, culminando com um comício que encheu o Teatro Académico de Gil Vicente.

Manuel Alegre salientou que não é “refém dos apoios” que tem, referindo que “a minha família política sabe as incomodidades que posso causar”, em oposição a Cavaco Silva que “com as afirmações que tem feito ultimamente, está refém dos dois partidos que o apoiam [PSD e CDS], que estão com pressa de chegar ao poder empurrados por ele, encostados a ele”.

Referindo que Portugal já foi várias vezes pioneiro da História, Manuel Alegre afirmou que “podemos ser de novo pioneiros, precursores – estamos a sê-lo resistindo ao FMI, batendo o pé ao FMI e àqueles que de fora e cá dentro o querem cá”. E, fortemente aplaudido, declarou:

“O caminho é dizer aos senhores que mandam no mundo e que querem mandar na Europa que esse não é o caminho”.

No comício intervieram ainda Almeida Santos, presidente do PS, Mário Ruivo do PS/Coimbra, Jacinto Lucas Pires mandatário para a juventude, Maria do Rosário Gama da comissão de honra da candidatura e José Manuel Pureza líder parlamentar do Bloco de Esquerda.

Pureza criticou duramente Cavaco Silva, considerando que “Quem um dia se associou à nata da especulação à portuguesa, quem um dia se ligou a Oliveira e Costa e a Dias Loureiro não tem a mínima das autoridades, porque também não tem vontade para contrariar os especuladores que atentam contra a economia portuguesa”.

José Manuel Pureza lembrou ainda:

“Este é o mesmo Cavaco Silva que, enquanto primeiro-ministro, opôs à democracia da fiscalização pública a boca cheia de bolo rei. O mesmo Cavaco Silva que, fazendo silêncio para os jornalistas, mandava carregar a polícia sobre os estudantes, os operários da Marinha Grande e os utentes da ponte 25 de Abril”.

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