Trabalho

Airbus Atlantic atacou direito à greve, sindicato envolve a ACT

22 de abril 2025 - 22:21

Pressão dos responsáveis patronais queria desmobilizar greve e impedir que trabalhadores falassem à comunicação social. SITE Norte solicitou intervenção "urgente" da ACT.

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Concentração em frente à Airbus
Concentração em frente à Airbus. Fotografia via CGTP/Fiequimetal

Confrontados com a greve convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadores, Energia e Atividades do Ambiente do Norte (SITE Norte) e pelos trabalhadores para dia 17 de março, a Airbus Atlantic pressionou ilegalmente os trabalhadores para tentar minimizar o impacto da ação de luta.

Segundo a denúncia feita no site da Fiequimetal, os responsáveis patronais da empresa queriam que os trabalhadores informassem os seus superiores sobre a sua intenção de aderir ou não à greve, ameaçando quem não o fizesse com faltas injustificadas. Tinham também como objetivo impedir os trabalhadores de prestarem declarações à comunicação social.

“No seguimento de comunicação por parte dos RH [Recursos Humanos], informa-se o seguinte: o colaborador que aderir à greve tem de o indicar ao seu Manager; caso não exista esta comunicação por parte do colaborador, a ausência terá o tratamento previsto para as faltas injustificadas”, lê-se nas mensagens patronais expostas no site da Fiequimetal.

Noutra mensagem, os responsáveis patronais sublinham que “nenhum colaborador está autorizado a prestar declarações ou representar a empresa junto da comunicação social” e que qualquer pedido de comentário deve ser “tratado exclusivamente pela equipa de comunicação”.

O SITE Norte já solicitou a intervenção urgente da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) sobre estes ataques destinados a dificultar a participação na greve por parte dos trabalhadores. A adesão da greve foi entre 90 a 100%, com uma concentração feita no exterior das instalações da Airbus Atlantic.

O sindicato condenou desde logo a “clara tentativa de impedir o exercício de um direito laboral e constitucional”, que “também representa um atentado contra a liberdade de expressão dos trabalhadores”.