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Agência europeia aprova "pílula contra a SIDA"

Agência Europeia do Medicamento aprovou finalmente utilização de Truvada como profilaxia pré exposição para o HIV. Este medicamento é cem por cento eficaz na prevenção de novas infeções e a sua aprovação era há muito exigida pelos movimentos LGBTQ+.
Comprimidos de Truvada, foto de Wikimedia.

A Agência Europeia do Medicamento aprovou esta sexta feira a utilização do medicamento Truvada como profilaxia pré exposição (PrEP) para o HIV. Afirma a agência em comunicado que "o Truvada é o primeiro medicamento recomendado para reduzir o risco de infeção por HIV na União Europeia".

"Apesar de a sua aprovação como PrEP ser nova, o Truvada não é um medicamento novo. Foi autorizado pela primeira vez na UE em 2005 em combinação com pelo menos mais um outro medicamento antirretroviral para tratar adultos infetados com HIV-1", pode ler-se no comunicado.

De eafcto, o Truvada consiste em Tenofovir + Emtricitabina e, como profilaxia, basta tomar um comprimido por dia para evitar a transmissão (impede que o vírus de ligue às células do sistema imunitário). Nas pessoas infectadas, é utilizado para os níveis virais permanecerem indetectáveis numa combinação com outros antirretrovirais . A PrEP revelou ser cem por cento eficaz para evitar a transmissão de HIV e tem sido por isso chamada de "a pílula contra a SIDA".

Em Portugal, as novas infeções por HIV têm vindo a aumentar e os ativistas pelos direitos LGBTQ+ há muito que reivindicavam o acesso à PrEP, que teria evitado novas infeções. O neurologista e ativista Bruno Maia, em entrevista ao esquerda.net em fevereiro passado, afirmou que a PrEP é algo "que pode mudar o rumo desta epidemia. Algo que pode mudar a história da SIDA e torná-la apenas isso, parte da história".

Para ultrapassar o atraso governamental na legalização do medicamento, criaram-se redes informais de utilizadores que se organizam para obter o genérico e informações sobre a profilaxia. A esse respeito, Bruno Maia afirmou na altura que "é a sociedade civil que está a fazer esse percurso, ao passo que os Estados teimam em fechar os olhos à evidência". Tardou demasiado, mas o Truvada foi finalmente aprovado.

 

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