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Administração da RTP tenta impedir eleição de representante de trabalhadores

A eleição de um representante dos trabalhadores para o Conselho de Administração da empresa pública de rádio e televisão era um objetivo há muito declarado pela Comissão de Trabalhadores. Agora, o Conselho Geral Independente, mas também o Conselho de Administração cessante, liderado pelo ex-deputado do PSD Gonçalo Reis, procura impedir a eleição.
“O processo de eleição de um representante dos trabalhadores no Conselho de Opinião e também no Conselho de Administração está pendente da autorização do Conselho de Administração para que seja utilizada a plataforma eletrónica para esta última eleição – representante dos trabalhadores no Conselho de Administração”, descrevem os trabalhadores em comunicado subscrito pela CT e vários sindicatos.
Na reunião organizada entre a CT e a Administração dedicada a vários assuntos, “instado a proporcionar as condições técnicas para este ato eletivo, o CA afirmou que “os estatutos da empresa determinam que há uma eleição para o Conselho de Opinião” e que “os cadernos eleitorais não podem ser cedidos para a outra votação”, alegando que “os estatutos não preveem essa situação”.
Ora, “neste momento, a CT já detém os cadernos eleitorais, pelo que esta questão não se coloca", dizem os trabalhadores da RTP, acrescentando que a administração "foi irredutível, reafirmando a defesa dos estatutos da empresa". Para a CT, isso "não faz sentido", uma vez que os estatutos da CT como a Constituição da República "consagram a eleição de um representante dos trabalhadores nos corpos sociais das empresas do setor empresarial do Estado, como é o caso”, explicam ainda.
Os trabalhadores entendem que "a votação deverá realizar-se por meio eletrónico, uma vez que a pandemia é um sério entrave ao voto presencial” e criticam o Conselho de Administração da RTP por aparecer agora, "no final do mandato, a prestar-se a esta triste figura de tentar impedir umas eleições dos trabalhadores da RTP”.
Os trabalhadores contestam também o anunciado processo de escolha da futura administração, cuja seleção prévia o Conselho Geral Independente decidiu entregar a uma empresa externa. CT e sindicatos defendem que CGI devia cumprir o que "os estatutos da empresa sugerem": "um processo concursal, internacional, transparente e escrutinável".
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