De acordo com dados recolhidos pelo Jornal de Notícias junto do governo, foram sinalizados 1.900 alunos em risco de abandono escolar às comissões de proteção de crianças e jovens em 2020. São mais 200 do que no ano anterior, um aumento de cerca de 10%.
O mesmo órgão de comunicação social dá conta de um questionário do Conselho Nacional de Educação em que diretores escolares responderam que, entre março e junho passados, não conseguiram entrar em contacto com 2% dos alunos de forma a que participassem das atividades escolares online. Os professores com funções de coordenação indicaram que não conseguiram contactar cerca de 7%.
Para Maria Emília Brederode Santos, presidente deste organismo, a prioridade terá de ser "reconquistar os alunos" que abandonaram as aulas. Há casos de escolas em que o abandono escolar chega ao 10%, recorda.
Já o presidente da Associação de Diretores, a ANDAEP, Filinto Lima, justifica o ocorrido porque “o ensino à distância propicia o abandono, aumenta a desmotivação dos alunos e já vamos com dois períodos neste regime". Para ele, há quem não participe por causa da falta de material mas “há alunos com material que não se ligam. É mais grave e preocupante. Estão totalmente desinteressados”. Os diretores das escolas esclarecem que têm de comunicar semanalmente as faltas injustificadas e a ANDAEP defende que vai ser preciso contratar mais professores e técnicos para recuperar todas as aprendizagens entretanto perdidas.