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900 postos de trabalho em risco na Autoeuropa

Fábrica automóvel avançou com um plano de rescisões e justifica-se com a quebra de produção prevista para este ano e a ausência de um novo modelo para as linhas de montagem.
Foto Mário Cruz/Lusa

A Autoeuropa avançou com um plano de rescisões voluntárias na fábrica de Palmela para reduzir o número de trabalhadores ao longo deste ano. Desde novembro de 2021, 70 trabalhadores já aceitaram as condições propostas, revela o portal Eco.

Este ano a fábrica de Palmela prevê produzir menos 53 mil veículos do que no ano passado. Além dos efeitos da crise dos semicondutores, o modelo Sharan deve deixar de ser produzido até meados deste ano, deixando a fábrica de Palmela a produzir apenas o modelo T-Roc. Ao contrário das congéneres espanholas, a fábrica portuguesa ainda não viu ser-lhe atribuído um novo modelo para produção, o que põe em risco a existência de um quarto turno e o posto de trabalho de 900 dos mais de cinco mil trabalhadores. Até março, as linhas de produção continuarão paradas aos sábados e domingos.

Nos programas concebidos pela empresa para dispensar trabalhadores, é proposta uma indemnização correspondente a 1,5 salários por cada ano de trabalho, com um limite máximo de 10 anos. Aos trabalhadores com mais de 55 anos, a proposta passa pela redução do horário de trabalho até metade do tempo com redução de 40% no salário, prémios e bónus e mantendo as contribuições para a Segurança Social a 100%. Para os maiores de 61 anos, a empresa propõe como mais vantajoso o fim do contrato e a ida para o subsídio de desemprego, mantendo o seguro de saúde da empresa.

Nas negociações com a administração retomadas esta semana, a comissão de trabalhadores propõe que 100% do prémio de 2022 seja transformado em 22 dias não trabalháveis “de forma a garantir a manutenção da quarta equipa” agora ameaçada pela ausência de um novo modelo para produzir. Ao nível salarial, discute-se um aumento de 1,7% com um mínimo de 20 euros e a manutenção dos prémios de fim de semana, embora a CT afirme que “até agora a empresa avançou muito pouco” no sentido das suas reivindicações.

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