8 de Março: Marcha feminista quer mobilizar para o voto

15 de janeiro 2024 - 20:21

A marcha feminista deste ano coincide com os 50 anos do 25 de Abril e também com o último dia da campanha eleitoral. Ativistas querem encher as ruas e defendem que "um país mais feminista é um país mais livre e mais justo para toda a gente".

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Marcha da greve feminista de 8 de Março de 2023
Marcha da greve feminista de 8 de Março de 2023. Foto Ana Mendes.

A Plataforma Feminista e a Rede 8 de Março voltam a organizar a marcha feminista do Dia Internacional da Mulher. Em Lisboa a marcha vai realizar-se entre a Alameda e o Rossio e foi apresentada esta segunda-feira.

Aliyah Bhikha, porta-voz da Plataforma Feminista, disse à agência Lusa esperar que a marcha deste ano permita “reforçar as conquistas de Abril” e “mobilizar para o voto” nas legislativas, assinalando a coincidência de ser o último dia de campanha eleitoral.

“Esperamos que os partidos apresentem propostas que pretendam aumentar ainda mais o direito à igualdade”, disse a ativista, que espera medidas ao nível da igualdade salarial, combate ao assédio e acesso a serviços obstétricos, “que têm falhado às mulheres”, assim como acesso à saúde de forma generalizada.

“Parece-nos sobretudo que a extrema-direita quer fazer uma polémica barata com as nossas vidas e, isso, nós não aceitamos. Qualquer pessoa que queira discutir este tema de uma forma séria entende que não faltam razões para aumentar o investimento público para a igualdade. Todos os anos há dezenas de mulheres assassinadas e milhares de mulheres, pessoas LGBT, pessoas racializadas, pessoas com deficiência que são discriminadas e agredidas, portanto, é isso fazer uma polémica barata com as nossas vidas e não levar a sério todo o caminho que foi feito e que tem que ser feito pela liberdade e igualdade”, criticou.

O texto da convocatória da marcha refere que "continua o assédio no espaço público, em contexto laboral e académico", enquanto as mulheres continuam a ser "a maioria nos salários baixos, nas pensões de pobreza, no abandono na reta final da vida". E sublinha que "as atuais crises que levam ao aumento do custo de vida, ao flagelo na habitação e à falha dos serviços públicos afetam-nos de forma particular" Por fim, as duas organizações apelam à discussão de "uma agenda feminista para o país", porque "um país mais feminista é um país mais livre e mais justo para toda a gente".

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