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70% dos edifícios deveriam ser renovados diz Zero
A Zero considera que os apoios à eficiência energética que existem estão “no caminho certo” mas há “fortes necessidades de melhoria”. De acordo com a análise da associação ambientalista mais de 70% dos edifícios do país são ineficientes em termos energéticos e “quase todos” precisariam de ser renovados.
Os ambientalistas defendem que a renovação destes edifícios é “investimento crucial e que terá um impacto extremamente relevante para a sociedade”.
Estas ideias fazem parte de uma análise aos programas de apoio à eficiência energético no setor residencial, os Programas de Apoio a Edifícios Mais Sustentáveis- PAE+S II e o Vale Eficiência- VE, destinado ao combate à pobreza energética, ambos apoiados pelo Fundo Ambiental, gerido pelo Ministério do Ambiente e Ação Climática. Para a análise, a associação contou com parceiros como técnicos municipais, peritos qualificados, candidatos/proprietários, instaladores e outros profissionais do setor e uma “forte interação com o próprio Fundo Ambiental”.
A Zero defende que estes programa são “essenciais para a melhoria das condições de habitabilidade e conforto térmico” e apresenta um conjunto de recomendações para torná-los “mais abrangentes, acessíveis e com um maior impacto face aos desígnios criados”.
A associação critica ainda o facto de muitas das pessoas que concorreram ao Edifícios +Sustentáveis e ao Vale Eficiência depararam-se com prazos muito curtos, linguagem demasiado técnica que não tinha em conta que todas as pessoas têm a mesma literacia energética, financeira e tecnológica. E a pouca divulgação deles, sugerindo uma maior presença televisiva.
Em causa estão ainda os critérios de elegibilidade para o Vale Eficiência. Só pode concorrer quem beneficie do desconto da tarifa social e for proprietário da sua casa, excluindo assim os arrendatários. “A falta de enquadramento para arrendatários, que muitas vezes estão em piores situações nas habitações, é preocupante” diz Islene Façanha da Zero ao Público.
Esta especialista recomenda “formações gratuitas para aconselhar as pessoas, falar com elas sobre as medidas que são melhores para si” e critica que o valor do Vale Eficiência “não permite efetuar alterações estruturais nas casas”.
Segundo aquele jornal, há também empresas que “que têm rejeitado fazer obras” ao abrigo deste programa “uma vez que o pagamento é demasiado residual para compensar os custos da deslocação e dos materiais”.
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