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38 enfermeiros precários despedidos no Hospital Padre Américo

Face ao subdimensionamento, a administração abriu instalações para doentes ficarem até terem vaga no internamento. Contratou enfermeiros e solicitou autorização para os fixar. O Ministério das Finanças recusou. Agora o internamento transitório terá de fechar, os enfermeiros ficam sem trabalho e a carga dos outros aumentará.
Hospital Padre Américo. Foto da CGTP.

Esta terça-feira às 11.30 horas, os 38 enfermeiros que viram o seu contrato não ser renovado organizam uma ação de denúncia pública em frente ao Hospital Padre Américo em Penafiel. O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses esclarece que a situação acontece “porque o Ministério das Finanças não autorizou a contratualização de mais enfermeiros”.

De acordo com o sindicato, “desde há muito o poder político tem sido alertado para o subdimensionamento, tanto a nível de camas, como de profissionais” desta instituição que dá resposta “a cerca de 500 mil utentes”. Ao passo que “o Ministério da Saúde/Governo teima em admitir os profissionais com vínculo precário para dar resposta a necessidades permanentes”.

O SEP explica que “ao abrigo do plano de contingência, tendo em conta a elevada procura de utentes durante todo o ano, a administração abriu instalações de retaguarda, onde os doentes permanecem até terem” vaga” nos serviços de internamento”. E para dar resposta ao aumento das necessidades foram admitidos cerca de 50 enfermeiros com contratos de seis meses. O Hospital Padre Américo, desde março, solicitou autorização para contratualizar enfermeiros e garantir a fixação destes profissionais. “O Ministério da Saúde autorizou MAS o Ministério das Finanças vetou! E o pior aconteceu!”, escreve a estrutura sindical em comunicado classificando o que se passou como um despedimento dos enfermeiros que foram contratados com vínculo precário para dar resposta a necessidades permanentes.

Alerta-se ainda que a consequência da decisão será o encerramento do “internamento transitório”. O que fará com que, alega-se, “os doentes vão ficar em macas na urgência, até que, haja vaga nos serviços de internamento, repetindo-se o ciclo que inúmeras vezes aparece na comunicação social”. Denuncia-se ainda “que os ritmos de trabalho dos enfermeiros do Serviço de Urgência vão aumentar exponencialmente. Se atualmente os cerca de 100 fazem 3.000 horas mensais em trabalho suplementar, com o despedimento destes enfermeiros, dos quais 18 são do SU, inevitavelmente levará a um agravamento das condições de trabalho pondo em causa a sua segurança e a dos doentes assim como os seus direitos”. Por tudo isto, considera-se assim “inaceitável a ausência de uma resposta estrutural para este problema e a não autorização da fixação destes profissionais”.

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