Portugal alcançou a Irlanda e tem agora a terceira taxa de desemprego mais alta da União Europeia, com 14,8% em janeiro deste ano, mais duas décimas que em dezembro de 2011, segundo relatório do Eurostat publicado esta quinta.
Apenas Espanha, com uma taxa de desemprego de 23,3%, e a Grécia, de 19,9%, apresentam valores mais altos que Portugal.
Os dados do gabinete de estatísticas da União Europeia já superam as previsões que o ministro das Finanças, Vítor Gaspar, apresentou na última terça-feira, quando disse que o desemprego iria atingir 14,5% em 2012, revendo em alta a média prevista no Orçamento de Estado, que era de 13,4%.
Também supera a taxa de 14% avançada pelo INE no quarto trimestre de 2011.
O Eurostat regista ainda uma subida do desemprego entre os jovens (menos de 25 anos) de 35% em dezembro para 35,1% em janeiro, a terceira mais elevada entre os países sobre os quais há dados disponíveis, sendo que estará ainda assim seguramente atrás de países como a Grécia, sobre os quais ainda não há números para janeiro.
Tanto na zona euro como na UE, a taxa de desemprego subiu 0,1 pontos percentuais entre dezembro de 2011 e janeiro de 2012: de 10,6% para 10,7% no espaço da moeda única e de 10,0% para 10,1% no conjunto dos 27, quando em janeiro de 2011, um ano antes, os valores se fixavam respetivamente nos 10% e nos 9,5%.
Política de desastre
“Estes números confirmam que esta política do governo PSD/CDS é uma política de desastre” e que “o agravamento da recessão económica poderá acentuar o desemprego nos próximos tempos”, disse à agência Lusa Arménio Carlos, secretário-geral da CGTP.
O sindicalista recordou que “temos 58 em cada 100 desempregados sem qualquer subsídio de desemprego nem qualquer proteção social”, acrescentando que “o aumento do desemprego, particularmente do de longa duração, vai suscitar uma subida destes números”, o que resultará “num aumento significativo do número de pessoas que entram na pobreza e também na exclusão”.
Arménio Carlos sublinhou ainda existirem em Portugal 2,7 milhões de pessoas que vivem abaixo do limiar de pobreza e em situação de exclusão, considerando que os números hoje divulgados atestam que os valores podem agravar-se.