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13 de maio: o dia em que a Lei Áurea aboliu a escravatura no Brasil
Caetano Veloso Veloso canta “a 13 de maio em Santo Amaro na Praça do Mercado, os pretos celebraram, talvez hoje ainda o façam, o fim da escravidão, da escravidão, o fim da escravidão” numa ode à libertação das pessoas escravizadas no Brasil de 1888. A música do álbum “Noites do Norte” assinala a data em que a Princesa Isabel assinou a Lei Áurea, resumindo em dois parágrafos o essencial: a liberdade total de todas as pessoas escravizadas. O cantor baiano remata na sua letra - “pra saudar Isabel, ô Isabé” - mas será mesmo ela a protagonista desta libertação? Ou será apenas uma ferramenta colonizadora de branqueamento da história negra?
A história da libertação de pessoas escravizadas ultrapassa Leis assinadas e Princesas em palácios. Também de mulheres negras se fez luta pelo fundamental da condição humana - a liberdade. “Ativistas” (na altura esta palavra ainda não existia) organizadas em Quilombos - comunidades de pessoas fugitivas da condição de escravas - protagonizaram batalhas clandestinas que contribuíram para a emancipação das pessoas negras no Brasil:
Adelina Charuteira, vendia charutos para angariar dinheiro para a luta, uma das caras da Sociedade Abolicionista Clube dos Mortos.
Dandara, guerreira, uma das líderes do Quilombo dos Palmares, o maior símbolo da resistência das pessoas escravizadas.
Marianna Crioula, protagonista de uma fuga de 300 pessoas escravizadas da região da Paraíba.
Esperança Garcia, organizadora de uma petição a denunciar os maus tratos físicos por parte do feitor da Fazenda Algodões.
Tia Simoa, cabeça da Greve dos Jangadeiros que decretou o fim do embarque de pessoas escravizadas no porto do Ceará.
Zacimba Gaba, princesa angolana que comandou durante muitos anos ataques a navios para resgatar pessoas negras escravizadas.
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