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“Passos curtos” para salvar as abelhas na Europa

O Parlamento Europeu aprovou medidas para travar a degradação das populações de abelhas, responsáveis por três quartos da produção alimentar da Europa. Marisa Matias saúda o diagnóstico mas denuncia os “passos curtos” para resolver o problema.
Marisa Matias considera que relatório do PE defende medidas que não passam de “passos curtos” perante a gravidade da degradação das populações de abelhas

De acordo com os dados revelados pelo relatório debatido e aprovado terça-feira pelo Parlamento Europeu, 84 por cento das espécies vegetais e 76 por cento da produção alimentar na Europa dependem da polinização feitas pelas populações de abelhas, uma atividade que excede, em muito, a importância da produção do mel.

No entanto, por razões várias como a utilização de pesticidas, a monocultura e o recurso cada vez mais frequente aos organismos geneticamente modificados, as populações de abelhas estão a ser vitimadas a ritmo inquietante, uma situação que o relatório aprovado considera que pode vir a ter “um impacto profundo” na agricultura, na produção e segurança alimentares, na biodiversidade, na sustentabilidade ambiental e nos ecossistemas”.

A eurodeputada Marisa Matias, eleita pelo Bloco de Esquerda, considera que o relatório aprovado fez um diagnóstico realista da situação mas defende medidas que não passam de “passos curtos” perante a gravidade da situação. Daí a sua posição de abstenção.

“O relatório reconhece que os pesticidas e os organismos geneticamente modificados afetam negativamente estas populações. A monocultura é responsabilizada pelo desaparecimento da flora melífera. Contudo, pede mais controlo e estudos dos efeitos dos pesticidas e da monocultura, mas mantém o paradigma da agricultura intensiva industrializada”, sublinha Marisa Matias na sua declaração de voto feita no plenário de Estrasburgo.

A eurodeputada sublinha como “situação mais grave” a provocada pelos transgénicos ou organismos geneticamente modificados (OGM). O relatório “pede novas investigações científicas sobre os efeitos, mas não pede a proibição, como seria de esperar ao abrigo do princípio da precaução em vigor na EU”, diz.

Marisa Matias discorda também da proposta de conceder mais incentivos à indústria farmacêutica para combater a situação. “É necessário apoiar os produtores a adotar novas formas de produção e apoiar o combate às causas identificadas, mas não criar um novo negócio farmacêutico para garantir a perpetuação das más práticas e a criação de novos riscos”, afirma.

Artigo publicado no portal do Bloco de Esquerda no Parlamento Europeu

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