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“O essencial é a dignidade, e é isso que deve ser protegido”

Na sessão de encerramento do Colóquio “Desigualdade e Pobreza”, a coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, afirmou que "Vítor Gaspar, o ministro que fala devagar mas erra depressa", é o rosto da “proposta criminosa da ditadura do empobrecimento”.
Foto de Paulete Matos.

A dirigente bloquista salientou a importância de iniciativas como o Colóquio “Desigualdade e Pobreza”, para onde foi chamado “todo o conhecimento e a capacidade de intervenção”, e afirmou que “temos neste momento um problema de emergência social a que é preciso responder”, e “que só piora com as políticas agressivas do governo e com a sua incapacidade de resposta”.

“Não esquecemos o programa de emergência social que foi anunciado pelo ministro Pedro Mota Soares e que tinha uma dotação de 400 milhões de euros, dos quais, em novembro, ainda não tinham sido gastos sequer 2 milhões de euros. Onde é mais preciso, onde há emergência, é também onde o governo falha”, adiantou Catarina Martins, sublinhando que o Bloco reafirma “as propostas do que é um programa de emergência social sério que tem de ser aplicado”.

“O essencial é a dignidade, e é isso que deve ser protegido”, defendeu.

“Sabemos bem que o caminho do governo é outro”, lamentou a deputada do Bloco, lembrando que os resultados da sétima avaliação da troika revelam “com toda a clareza o completo falhanço” das medidas implementadas e mostram que o rumo que o governo pretende seguir “é continuar a falhar”.

“A resposta ao desastre é mais desastre”, criticou Catarina Martins, acusando "Vítor Gaspar, o ministro que fala devagar mas erra depressa", de ser “o rosto da proposta criminosa da ditadura do empobrecimento”.

“Chamam-lhe ajustamento mas, na realidade, é empobrecer. Falemos claro. É um programa de empobrecimento de todo um país”, avançou.

Segundo a coordenadora do Bloco, o que Vítor Gaspar propõe é “mais de uma década de austeridade. É a destruição da democracia no garrote da dívida”.
A dirigente bloquista lembrou que o próprio ministro Paulo Portas afirmou, em 2010, a um outro governo, que é “inaceitável endividar para empobrecer”. “Três anos mais tarde, a dívida cresceu 50 mil milhões de euros, existem mais 400 mil desempregados, os impostos – IVA, IMI e IRS – aumentaram 30%”, recordou a dirigente bloquista, defendendo que “quem fez este discurso não pode agora esconder-se inaugurando ginásios a quilómetros de distância”.

“Demita-se o governo! Há limites para o cinismo na política!”, frisou.

Catarina Martins destacou ainda que “o Bloco faz todos os combates, pela alternativa, pela construção, em espaços como este, onde possamos todos trabalhar em nome de todos e todas para dar um futuro ao país com dignidade para todas as pessoas”.

No início da sessão de encerramento, a deputada Helena Pinto agradeceu a todos e a todas aqueles e aquelas que contribuíram para a realização da iniciativa, que enviaram mensagens e que estiveram presentes, como foi o caso da CGTP, através de um representante da sua comissão executiva, e ainda a quem deu a cara para o cartaz da iniciativa - “o senhor Fernando, que está à frente da sopa dos pobres nos Anjos”.

A dirigente bloquista lembrou que o Colóquio foi preparado por um grupo de iniciativa do Bloco de Esquerda/Lisboa “que não é fechado, não é exclusivo dos aderentes do Bloco” e que a iniciativa “é o início, e não o fim de nada”. “Vamos continuar este trabalho”, garantiu.

Helena Pinto lembrou também as “propostas de emergência” apresentadas pelo Bloco de Esquerda, entre as quais a que defendia que ninguém, por situação de pobreza, pode ficar sem água sem luz e sem água, ou o aumento do Salário Mínimo Nacional, ou a majoração do subsídio de desemprego das famílias monoparentais. “Foram chumbadas. Mas lá voltaremos”, avançou a deputada.

Segundo Helena Pinto, “as medidas de emergência social são estas, mas há mais, para as quais queremos, e é nessa postura que nos apresentamos aqui, recolher o máximo de apoios”.

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